04 fevereiro 2014

Lisboa: 29% dos prédios da Colina de Santana em mau estado


A identificação na Colina de Santana de edifícios municipais que possam constituir bolsas de alojamento temporário para os moradores de prédios em reabilitação ali situados é uma das propostas que constam do Documento Estratégico de Intervenção naquela área central de Lisboa, que hoje continua a ser debatido na assembleia municipal.
Ao todo e segundo os censos de 2011, há no território, localizado entre as avenidas Almirante Reis e da Liberdade, 553 prédios - 29% do total - em mau estado de conservação e 48 em muito mau estado (2,5%).

São sete as sugestões da Câmara Municipal (CML) - baseadas no Projeto Urbano da Colina de Santana coordenado pela arquiteta Inês Lobo - para dar uma nova vida ao edificado de uma área em que "coexistem situações muito diversas em termos de malhas urbanas". A maioria das recomendações é dirigida ao município, instado a atuar diretamente na "valorização autossustentada do seu património residencial, através do desenvolvimento de estudos e programas de intervenção" na Rua das Barracas - cujo topo tem já um "programa habitacional cooperativo" -, Pátio da Moca, gaveto da Rua Manuel Bento de Sousa e Rua de São Lázaro.

Segundo o Documento Estratégico de Intervenção, será igualmente importante a existência de apoios à reabilitação de fogos sem instalações sanitárias, distribuídos por cinco núcleos. Simultaneamente, deverá também ser dada atenção à recuperação das avenidas Almirante Reis e da Liberdade, com a "função residencial ainda aí existente" a necessitar de ser valorizada e incrementada. A permanência dos atuais moradores na Colina de Santana não deverá, porém, ser posta em risco pelas obras necessárias. Para tal, propõe-se que a CML identifique casas municipais ali situadas que possam acolher os residentes durante as intervenções.

Entre outros aspetos, é ainda sugerido que sejam identificadas áreas que representem "polos de atratividade onde a reabilitação contemple, a par do uso habitacional, usos de equipamento, e espaço público", capazes de valorizar as áreas circundantes. O terreno camarário junto à Academia Militar, o edifício da antiga reitoria da Universidade de Lisboa e o Ateneu Comercial de Lisboa, às portas da Baixa, são alguns dos exemplos apontados.

De resto, a reconversão ou em hotéis ou em prédios de habitação dos hospitais da Colina de Santana - os já desativados Miguel Bombarda e Desterro e os ainda em funcionamento São José, Santa Marta e Santo António dos Capuchos - é vista como a alavanca para a regeneração de todo o território. Os projetos deverão atrair cerca de 1500 residentes.

Fonte: DN

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