28 fevereiro 2014

Prestação da casa sobe para mais de 90% das famílias


Empréstimos com Euribor a três e seis meses sofrem um aumento entre 0,6% e 0,9%.
A maior parte das famílias que revirem a taxa de juro dos seus empréstimos da casa no próximo mês vai passar a pagar uma prestação mais alta. A boa notícia é que o agravamento não será muito elevado. Os encargos mensais para os empréstimos associados às Euribor a três e seis meses - que representam cerca de 90% dos contratos de crédito à habitação - encarecem menos de 1%.

Para os créditos associados às Euribor a três e seis meses, a prestação sobe 0,9% e 0,6%, respectivamente, a partir de Março. Tendo em conta o cenário de um empréstimo de 100 mil euros por um prazo de 30 anos e um ‘spread' de 1%, nos créditos indexados à Euribor a três meses os encargos mensais aumentam 3,05 euros, para 335,04 euros. Para estas famílias, trata-se da terceira revisão consecutiva em que a prestação da casa fica mais cara. Já para os contratos com Euribor a seis meses, assumindo o mesmo cenário, o agravamento é de 2,13 euros, para 339,72 euros. Há dois anos e meio que estes agregados não sofriam um agravamento dos encargos com a casa. Já os contratos que usam como referência a Euribor a 12 meses são os únicos que voltam a sentir um alívio na mensalidade. Neste cenário, a prestação cai dois euros (-0,6%) para 347,48 euros.

A tendência de subida do custo do crédito à habitação vem na sequência dos incrementos das Euribor que se verificam desde Novembro do ano passado. Nem mesmo a redução da taxa de juro de referência para a zona euro pelo Banco Central Europeu (BCE) para o mínimo histórico de 0,25% verificada nesse mês conseguiu colocar um travão nessa evolução.

A próxima semana poderá ser, contudo, determinante em relação ao futuro comportamento dos juros do crédito à habitação. Na quinta-feira, decorre a habitual reunião de política monetária do BCE, na qual muitos aguardam que possam ser anunciadas novas medidas de estímulo. Uma das medidas poderá passar por um novo corte de juros, o que poderia colocar um novo travão à subida de juros na Europa ao mesmo tempo que ajudaria a combater o fantasma da deflação que ameaça assombrar a zona euro.

Independentemente do resultado dessa reunião, tendo em conta os dados actualmente disponíveis, o mercado não antevê que os juros possam evoluir de forma muito desfavorável para quem tem crédito à habitação. O comportamento dos contratos de Forward Rate Agreement (FRA) que servem de orientação para a evolução da Euribor a três meses atesta isso mesmo. Para o final do ano indicam como referência os 0,26%, valor que fica aquém do nível a que a Euribor a três meses se encontra agora (0,288%). Só para o final de 2014 sinalizam que o indexante chegue a valores próximos dos 0,5%.

Fonte: Económico

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