Famílias portuguesas têm cada vez mais dificuldades em pagar o empréstimo à habitação e entregam a casa ao banco. Tendência é de aumento.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) recebeu ao longo do ano passado cerca de cinco casas por dia de famílias que já não conseguiram pagar o empréstimo à habitação. No total, o banco público tem agora 5.687 imóveis em resultado do crédito malparado.
Mas a entrega de casas em dação é uma tendência cada vez mais recorrente desde o início da crise económica em Portugal, e a Banca nacional está cheia de imóveis de quem já não tem dinheiro para manter o teto.
O Barclays já soma 540 casas que foram entregues pelas famílias portuguesas, e o número vai aumentar, dado que, nos resultados de 2013, o banco britânico contabiliza 2086 casas em processo de entrega, avaliadas em 166 milhões de euros. A lista prossegue: o BES, de Ricardo Salgado, vendeu no ano passado 3.462 imóveis resultantes da recuperação de créditos, que renderam 444 milhões de euros. O banco tem em carteira 1965 milhões de euros em casas que arrecadou por causa de dívidas. A instituição bancária não revela quantos imóveis esse valor representa, mas, se aplicarmos uma média de 250 mil euros por casa, estamos perante quase oito mil imóveis.
No BCP, foram 3.434 habitações que o banco vendeu no ano passado em resultado de incumprimento bancário, aumento de 28,790 face a 2012, o que permitiu um encaixe de 285 milhões de euros. O BPI tem 66 milhões de euros em habitações entregues por falta de pagamento. As instituições bancárias têm escoado muitas destas casas em leilões imobiliários, nos quais oferece melhores condições de financiamento ou descontos em relação aos preços normais de mercado.
O Parlamento aprovou uma lei que criou o regime extraordinário de proteção aos devedores de crédito à habitação em situação económica muito difícil. Criada no ano passado, beneficiou apenas 300 famílias.
PORMENORES
- Renegociação - A CGD renegociou, em 2013, quase 30 mil contratos de crédito à habitação. A prestação média neste tipo de empréstimos do banco é de 213 euros por mês.
- Novas Regras - As novas regras de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento ao terrorismo entram hoje em vigor, mas a Associação Portuguesa de Bancos afirma que o "assunto não está fechado".
Fonte: Correio da Manhã
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