A CEO da Remax não acredita que seja norma os clientes da China serem enganados em relação ao preço dos imóveis.
Os chineses são o cliente de eleição na compra de imóveis de luxo que dão acesso ao visto "gold" – valem 80% deste negócio. No entanto, passado pouco mais de um ano sobre a introdução desta modalidade, começaram a surgir as primeiras notícias de que há mediadores a vender as casas acima do valor de mercado aos compradores vindos da China. A CE0 da Remax, Beatriz Rubio, não crê que tal seja possível pelas caraterísticas negociadoras dos asiáticos, que por norma exigem rentabilidades de 5% ao ano na compra de habitação, revela.
"O asiático é muito negociador. É chato em termos de negociação. E difícil enganá-los. Não compram sem exigir rentabilidade garantida", avança a CEO da Remax. "Eles negoceiam sempre um aluguer com rendimento garantido. E não é muito baixinho. Não querem dois ou três por cento. Depende do imóvel e do que tiverem investido, mas normalmente querem 5% ao ano. Pelo que mesmo que comprem mais caro, acaba por compensar", defende Rubio, que avalia que neste aspecto acabam por contrastar com outros clientes, como por exemplo, os angolanos.
A líder da mediadora diz que a Remax controlou 80% do mercado de venda de casas para vistos "gold" no ano passado e concede, em relação a este fenómeno, que em algumas situações "quem vem de fora não faz um bom estudo de mercado e, portanto, não compra o que está a melhor preço". "Mas nós vende-mos sempre ao valor que está no nosso site", garante.
Para esta empresa, este segmento de mercado é já o mais importante da sua facturação representando 11%. Juntamente com os imóveis da banca, que valem 10%, deu um impulso à recuperação de venda de casas que se registou em 2013. No ano passado, a Remax transacionou 20 mil casas, mais 26% do que no ano anterior.
Já não é só Lisboa e Porto. Leiria e Coimbra entram na rota asiática
Os clientes de vistos "gold" procuram tipicamente um " produto muito bom, de luxo, com vista de rio ou de mar e de preferência novo".
"Não querem fazer obras", explicita. Mas se no início era a zona de Lisboa que estava no topo da agenda destes compradores, os últimos tempos têm sido de diversificação. A zona Centro e o Alentejo, ainda que em menor quantidade, começam a estar na rota destes investimentos.
"Nesses locais alguns investidores compram imóveis em Lisboa e depois procuram prédios inteiros para chegar aos 500 mil euros (exigidos para o visto). Às vezes até gastam mais, e depois metem o prédio todo a arrendar com renda garantida", explica Beatriz Rubio. Leiria e Coimbra são as cidades eleitas. "Ao invés de comprarem urna fração compram uma série de fracções".
A líder da mediadora diz mesmo que já há chineses que já nem vêm a Lisboa, "porque consideram os preços demasiado caros".
Venda de casas sobe 30% em 2013
Em 2013, a Remax vendeu 20.000 imóveis, somando 107.454 nos últimos quatro anos. As vendas superaram os 1.100 milhões de euros no ano passado, um registo que marca um crescimento de 30% em relação ao ano anterior. Este foi o segundo melhor ano de sempre da marca desde que opera em Portugal, há 14 anos. Dos cerca de 20.000 imóveis transacionados, 43,8% foram no âmbito de contratos de compra e venda, o que representa um crescimento de 26% face a 2012. O arrendamento registou uma subida de 8% face ao ano anterior, confirmando a tendência de crescimento.
Fonte: Negócios
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