23 março 2014

Santa Casa lucra €3,3 milhões com rendas


A instituição de solidariedade recebe o arrendamento de 371 imóveis.
No momento de arrendar casa em Lisboa, poucas pessoas se lembrarão de consultar o portefólio imobiliário da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). No entanto, as casas estão bem localizadas, totalmente recuperadas, com projetos tutelados por arquitetos e sem preços inflacionados pela especulação. 

Ao todo, a SCML é dona de 456 imóveis, a maioria dos quais na capital, dos quais 371 estão alocados para rendimento e que lhe rendem €3,3 milhões por ano. Os restantes 85 imóveis estão afetos ao funcionamento da própria SCML. 

Atualmente a Santa Casa tem 11 imóveis, entre edifícios e frações disponíveis para arrendamento habitacional na cidade de Lisboa, dois em Almada e quatro em Torres Vedras. 

Grande parte do património resulta de doações, refere o provedor da SCML, Pedro Santana Lopes. "São doações, legados e heranças de beneméritos, pessoas que nos confiam os seus bens, muitas vezes tudo o que têm de valor. Preservar este património é, mais do que um dever, um compromisso que assumo", assegura o responsável.

Dinheiro canalizado para causas sociais

As receitas resultantes da totalidade dos imóveis arrendados pela SCML - cerca de 3,3 milhões de euros -, são direcionadas, segundo Helena Canto Lucas, diretora do Departamento de Gestão Imobiliária e Património (DGIP), "na sua totalidade", para o financiamento das causas que a Santa Casa apoia. 

Pedro Santana Lopes assevera ter intensificado o investimento na recuperação do património entregue à instituição, classificando-o inclusive como "objetivo prioritário" do seu mandato. "Com isto estamos a ampliar a oferta no mercado de arrendamento, gerando mais receitas para as causas que apoiamos da ação social, à saúde e à cultura", sintetiza, para logo afirmar: "Com este investimento estamos igualmente a contribuir para reanimar a economia nacional, nomeadamente o sector da construção civil, muito fustigado no contexto que atravessamos. Ao assumir a reabilitação urbana como uma prioridade, promovemos uma meihoria da qualidade de vida da população, o rejuvenescimento do edificado das cidades e a preservação de património nacional que, de outra forma, poderia ficar esquecido.

Santana Lopes destaca ainda o investimento de €1,1 niilhões na reabilitação da igreja da Conceição Velha e a aquisição e reabilitação do palácio Marquês de Tomar (antiga Hemeroteca, que passou a integrar o património da Santa Casa em janeiro do ano passado, na sequência de um acordo de permuta assinado com a Câmara) e do palácio de São Roque, um investimento de €3,4 milhões. A reabilitação do complexo de São Roque, onde estão instalados os serviços centrais, contará, por exemplo, com um auditório da autoria do arguiteto Souto de Moura; no n.º 194 da Av. da Liberdade será instalado o departamento de jogos. A recuperação da Quinta Alegre, na Charneca do Lumiar e a reabilitação de três edifícios na Avenida Casal Ribeiro e na Rua Actor Taborda, em Lisboa, são outros dos projetos em marcha.

Fonte: Expresso

1 comentário:

  1. E quanto paga de impostos a Santa Casa? E dos lucros da Santa Casa quanto é enviado para o Vaticano que é o proprietário das misericórdias?

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