Comprou a pronto uma luxuosa mansão, em Cascais, avaliada em mais de meio milhão de euros. O cidadão chinês, de 40 anos, não recorreu a qualquer empréstimo e entregou todo o dinheiro de uma só vez. Conseguiu assim um visto dourado, que lhe permitiu viver pelo menos desde outubro do ano passado no nosso país. Mas, afinal, tratava-se de um burlão fugido à justiça da China e que anteontem acabou por ser detido pela Unidade de Combate à Corrupção da Polícia judiciária.
O suspeito foi anteontem presente ao Tribunal da Relação de Lisboa e ficou em prisão preventiva. O Estado português deverá agora o extraditar o burlão, desde que haja a garantia de que não será aplicada a prisão perpétua nem a pena de morte - condenações que não são permitidas no nosso país mas frequentemente aplicadas na China.
A autorização para residir em Portugal foi concedida em outubro e o visto emitido em janeiro deste ano. O mandado de captura da Interpol chegou um mês depois. "Quer à data em que foi concedida autorização, quer na data em que foi emitido o título, não constava nas bases de dados policiais que o SEF tem de consultar nenhum mandado", afirmou Miguel Macedo, ministro da Administração Interna.
Investiram 336 milhões
Além de poder viver e trabalhar no nosso país, o cidadão chinês tinha também o previlégio de poder circular livremente no espaço Schengen, Estes benefícios apenas são atribuídos a imigrantes ricos. O objetivo, definido pelo Governo e especialmente acarinhado pelo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, é que sejam feitos vários investimentos no nosso país.
Desde o final de 2012 que terão sido investidos em portugal, através da concessão de vistos dourados, 336 milhões de euros. A maioria do dinheiro foi gasto na compra de imóveis de luxo.
O cidadão chinês agora detido vivia com a mulher e os filhos e, além da moradia de luxo, tinha também um Porche Cayenne, que já foi apreendido pela Polícia judiciária.
Fonte: CMJ
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