A imobiliária de luxo transaccionou um total de 51 imóveis a clientes estrangeiros, sobretudo na zona de Lisboa e Algarve, por um valor médio de 755 mil euros.
No ano passado, a Sotheby´s International Realty facturou 38,5 milhões de euros com clientes estrangeiros em Portugal. Os portugueses representaram 63% do total de vendedores e senhorios, “o que denota que Portugal continua a atrair capital estrangeiro, beneficiando os proprietários portugueses e o País com a entrada de capital e o aumento do consumo interno”, frisou Gustavo Soares, o director-geral desta imobiliária de luxo no mercado nacional.
No total, foram vendidos 51 imóveis na Linha do Estoril (46%), Lisboa (39%) e Algarve (15%) por um preço médio de 755.841 euros. Já os compradores são maioritariamente oriundos de França (17%), da região do Médio Oriente (16%), de Inglaterra (14%) e do Brasil (11%).
Os resultados da Sotheby´s International Realty foram apresentados esta quarta-feira, 26 de Março, no Porto, com a multinacional especializada no segmento de luxo a destacar que a maioria das casas vendidas beneficiaram do regime de exclusividade, sinalizando que “este continua a ser o sistema que maiores probabilidades de venda proporciona aos proprietários”.
A rede da Sotheby's International Realty conta com 12 mil consultores de venda nas 600 agências em 45 países. Instalou-se no mercado português em 2007, com uma primeira loja no Estoril e conta actualmente com escritórios em Lisboa, Paço d’Arcos e Vilamoura. Até ao final de 2014 vai chegar pela primeira vez ao Porto e abrir um segundo escritório no Algarve.
Médio Oriente procura “visto dourado”
No que toca ao perfil de compra, os ingleses preferem o produto de lazer com as componentes golfe e praia, essencialmente no Algarve, embora comecem a procurar também edifícios para reabilitar nos centros das cidades. É sobretudo isso que já fazem os franceses, que pretendem “casas antigas com charme, reabilitadas ou por reabilitar” nas zonas históricas urbanas. “São clientes com mais de 50 anos, com orçamentos entre um e dois milhões de euros, que procuram uma segunda habitação”, detalhou Gustavo Soares.
Já os brasileiros optam por apartamentos novos, com mais de três quartos e de arquitectura contemporânea, estando dispostos a gastar acima do milhão de euros. Por outro lado, os clientes provenientes do Médio Oriente estão interessados no “visto dourado”, apontou o director-geral da operação da Sotheby´s International Realty em Portugal, comprando casas “apenas para ter a livre circulação no espaço Schengen e rentabilizar os imóveis”.
Os dados avançados no início de Março pelo Governo mostram que os “vistos gold” atraíram um investimento de 306 milhões de euros no ano passado – 80% resultou da compra de imóveis e 20% da transferência de capitais. Já nos dois primeiros meses de 2014, o Executivo atribuiu 208 “vistos gold”, num total de 108 milhões de euros de investimento recebido, o que significa que, a manter-se este ritmo, o Executivo irá rever em alta a previsão de 500 milhões de euros para o total do ano.
Esta medida das autoridades portuguesas foi alvo de contestação nos últimos dias, depois de um cidadão chinês com autorização de residência em Portugal ao abrigo do programa de vistos dourados ter sido detido pela Polícia Judiciária com base num mandado de captura internacional emitido pela Interpol. Em reacção, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) garantiu que os procedimentos de atribuição destes vistos seguem “com rigor” os mecanismos de segurança.
Fonte: Negócios
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