De acordo com a nova edição do Atlas Internacional de Investimento, publicado hoje pela Cushman & Wakefield, o volume global de investimento no setor imobiliário ascendeu a $1,18 biliões (€859 mil milhões) em 2013 – um aumento de 22,6% em relação a 2012, sendo este o valor mais elevado desde 2007.
A atividade de investimento no setor imobiliário assistiu a um ponto de viragem em 2013. O aumento da procura e dos valores de mercado, aliados à recuperação económica global, resultaram numa melhoria significativa do sentimento de mercado e num aumento de liquidez na maior parte dos mercados. O desempenho positivo e consistente ao longo do ano conduziu a um decréscimo das yields para os imóveis prime, tendo-se regressado, nalguns casos, a valores praticados antes da crise.
Em 2014, a Cushman & Wakefield prevê um crescimento de 13% no volume de investimento, na ordem dos $1,33 biliões (€ 968 mil milhões), com os Estados Unidos e a Europa a serem os principais impulsionadores da atividade de investimento global.
Volumes globais de investimento imobiliário
Fonte: Cushman &
Wakefield, RCA, KTI and Property Data: Negócios acima de 5 milhões de dólares
incluindo terrenos
De acordo com Marta Esteves Costa, associate e diretora de research & consultoria da Cushman & Wakefield em Portugal, “O mercado imobiliário terminou o ano de 2013 com sinais positivos. O regresso da confiança e o aumento da liquidez impulsionou a atividade no setor da construção, prevendo-se por isso, um mercado de ocupação mais dinâmico e uma maior procura por parte de investidores”.
Todas as regiões assistiram a melhorias em 2013. A Ásia liderou em termos de volume de negócios, muito devido ao crescimento de mercados como a China, Japão e Austrália. Na região EMEA, o Reino Unido e a Alemanha foram os principais responsáveis pelo crescimento. A Rússia, Itália, Espanha, Holanda e Bélgica registaram igualmente resultados positivos. No mesmo período, mercados como a França, Suécia e Polónia continuaram a crescer moderadamente tal como aconteceu em 2012 enquanto a Noruega, Suécia e Dinamarca registaram um decréscimo.
Globalmente, a região EMEA registou em 2013 o melhor desempenho dos últimos 6 anos, com um resultado de $246,3 mil milhões, mais 23% que em 2012. Este valor foi em grande parte concretizado pelas transações do último trimestre, que registou o crescimento mais acentuado.
Ao longo do ano a principal mudança foi sentida nos mercados periféricos, com a Europa do Sul a registar um aumento da procura de 107%. Os mercados core Alemanha, França e Reino Unido, mantiveram a sua quota de mercado de 66%, com um crescimento de 24% no volume de negócios.
Em Portugal o ano de 2013 demonstrou duas realidades muito distintas no que se refere à atividade de investimento imobiliário. Nos primeiros nove meses, e à semelhança dos últimos anos, assistiu-se a um mercado estagnado, mas no último trimestre iniciou-se o período de retoma da atividade de investimento imobiliário em Portugal. De Outubro a Dezembro foram fechados negócios de investimento imobiliário que confirmaram o regresso a Portugal dos investidores institucionais, e a evolução negativa da procura que se verificava desde 2008 foi invertida.
De Janeiro a Dezembro foram transacionados em Portugal um total de €322 milhões em ativos de imobiliário comercial, o triplo do volume registado em 2012, e quase o dobro dos €167 milhões transacionados em 2011. O ano foi caracterizado pelo regresso ao mercado dos fundos de investimento imobiliário alemães, tidos como mais avessos ao risco. No que se refere aos valores de mercado, as yields referentes aos produtos prime de referência nos setores de retalho e industrial mantiveram-se estáveis, mas as yields do setor de escritórios, claramente o mais procurado pelos investidores institucionais, acusaram a primeira correção em baixa desde 2007, tendo descido em 25 pontos base.
Fonte: C&W
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