Expetativas de estabilização dos preços nos próximos três meses

Os resultados do PHMS de Abril mostram que a atividade nos mercados de compra e venda e de arrendamento se manteve praticamente inalterada ao longo mês. Para o curto prazo, os dados do inquérito relativos a expetativas sugerem que os preços e as rendas estão perto de estabilizar, enquanto os volumes transacionados devem começar a crescer em ambos os mercados.

Segundo Ricardo Guimarães, Director da Ci, “Muitos dos testemunhos dos intervenientes no mercado que respondem ao inquérito são relativos ao aumento do número de investidores institucionais internacionais interessados no mercado português. Eles vêem uma oportunidade no sector, impulsionada essencialmente pela potencial recuperação dos preços.”

No mercado de compra e venda o interesse dos compradores continua a crescer, com a série dos saldos de respostas a estender a sua trajetória positiva para o nono mês consecutivo. Contudo, a concretização deste progressivo interesse tem-se mostrado limitada, não se verificando grandes alterações no saldo de respostas relativo a vendas acordadas. No entanto, é esperado um aumento das vendas nos próximos meses.

Os preços das casas, embora ainda em queda, estão a decrescer ao ritmo mais lento desde 2010, ano em que o inquérito foi lançado. Ao mesmo tempo, as expetativas relativas a preços apresentaram-se praticamente neutras, indicando que os preços tendem a estabilizar no curto prazo. Como tal, o índice de confiança nacional (medida composta de vendas e expectativas de preços) cresceu de +12 para +16. Este foi o resultado mais elevado que se registou e marca a sexta leitura positiva consecutiva do índice.

No sector de arrendamento, a procura por parte dos arrendatários manteve-se inalterada, enquanto as instruções dos proprietários registaram uma queda. As rendas continuam a cair, embora a um ritmo mais moderado.

Curiosamente, as expetativas relativas a rendas (para os próximos 3 meses) sugerem agora que a tendência decrescente do valor das rendas pode estar perto de terminar. Entretanto, os respondentes continuam a perspetivar um aumento nos volumes de arrendamentos para o curto prazo.

Em termos regionais, o mercado de compra e venda do Porto parece estar a ser ultrapassado pelos de Lisboa e do Algarve, antevendo-se ainda uma queda dos preços. Ao mesmo tempo, espera-se que o aumento de maior destaque no volume de vendas ocorra em Lisboa.

Na opinião de Josh Miller, Economista Sénior do RICS, “Os resultados do inquérito de Abril indicam que os preços e as rendas das casas estão perto de atingir os seus níveis mínimos, enquanto as perspetivas relativas a volumes começam a animar. No entanto, para que tal se materialize, é necessário que a recuperação económica seja sustentada no médio prazo.”

Fonte: Ci