09 maio 2014

Fazer ou Comprar? Eis a questão…


Fazer ou Comprar? Eis a questão…
Provavelmente já se perguntou se tudo o que faz na sua empresa faz sentido do ponto de vista do retorno face aos custos associados. Ou se poderia entregar algumas áreas do seu negócio a especialistas externos.
O Outsourcing, muitas vezes confundido com a subcontratação de serviços de baixo valor, tem como ideia chave a externalização de áreas de negócio numa lógica mais abrangente de altíssimo valor acrescentado que o leva a assumir um papel cada vez mais determinante na vida das empresas.



Num mercado em transformação constante, caraterizado pela imprevisibilidade de evolução dos negócios e o aumento de competitividade, tornou-se vital às empresas concentrarem os seus melhores recursos naquilo que é a sua atividade principal ou o seu core-business, abrindo um espaço de oportunidades para a externalização de operações, atividades, processos e funções que garantam simultaneamente aumentos de competitividade e flexibilidade.


O alargamento da oferta de serviços como, por exemplo, transporte, armazenagem, serviços financeiros e administrativos, entre outros, fazem hoje do outsourcing mais do que uma simples subcontratação de serviços, indo o seu conceito mais ao encontro do termo “parceria estratégica” e tudo o que a ele está associado. 

As vantagens associadas ao outsourcing (em concreto ao outsourcing logístico) parecem-nos evidentes de vários ângulos, dos quais salientamos quatro: 
  • Do ponto de vista do negócio: 1. Permite à empresa concentrar os seus recursos no seu core-business; 2. Redução de complexidade da gestão do negócio; 3. Incremento tecnológico e de know-how sem aumento de investimento; 4. Acesso a melhores práticas e experiências; 5. Aumento de competitividade.
  • Do ponto de vista financeiro: 1. Transformação de custos fixos em custos variáveis; 2. Menos ativos fixos; 3. Economias de escala; 4. Redução de custos; 5. Menor investimento.
  • Do ponto de vista da operação: 1. Maior flexibilidade operacional; 2. Aumento de produtividade; 3. Melhorias de eficiência e redução de gastos associados; 4. Menor stock; 5. Optimização de cargas.
  • Do ponto de vista do nível de serviço: 1. Melhoria de serviços e processos; 2. Redução de prazos de entrega; 3. Aumento da cobertura geográfica ou frequência de entrega; 4. Introdução de KPI’s; 5. Aumento de qualidade.
Apesar das vantagens associadas a este tipo de operação, Portugal ainda apresenta valores bem abaixo da média europeia que permite concluir a existência inegável de um potencial de crescimento nesta área – por um lado – e por outro, evidencia ainda a existência de um conjunto de factores inibidores que impedem as empresas de “darem o salto” para uma nova realidade.

Estes factores inibidores são sobretudo de cariz “cultural” e prendem-se com o entendimento de que a logística é uma competência core dentro da organização e na dificuldade em acreditar no compromisso de nível de serviço prestado, que se sobrepõe muitas vezes à necessidade das empresas adaptarem os seus negócios à realidade e mudança dos mercados onde actuam.

Naturalmente e tratando-se de uma decisão estratégica e de fundo para vida das empresas, esta devem ser objecto de uma análise custo-benefício muito bem elaborada, que passa por um planeamento minucioso e que deverá incluir 1. Levantamento da situação actual; 2. Constituição de um business case; 3. Definição da estratégia de outsourcing; 4. Definição do modelo e especificações dos requisitos. 

No entanto e curiosamente, é neste processo inicial e introspectivo que a generalidade das empresas mostra a sua resistência em sair da sua zona de conforto. É vital encarar o outsourcing logístico como um meio de desenvolvimento do seu negócio competitivo e flexível de forma a responder aos desafios que todos os dias são colocados às empresas. 

Num mercado onde sobrevivem aqueles que melhor respondem às mudanças, fica o conselho: concentre-se naquilo que faz melhor…

Por Leonardo Peres, Senior Consultant Industrial & Logistics Agency CBRE

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