As instituições financeiras renegociaram mais de 43 mil créditos à habitação no ano passado, o que representou uma média de 118 contratos por dia. Destes, 17% estavam já em situação de incumprimento, revelou o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho de 2013 publicado pelo Banco de Portugal.
Ao longo de todo o ano passado, os bancos reviram as condições de 43.229 contratos de empréstimo para a compra de casa. Segundo o relatório anterior, relativo ao período entre Outubro e Setembro de 2012, foram negociados 45.613 créditos à habitação.
O montante médio dos contratos renegociados ascendeu a 73.279 euros e, do total de créditos à habitação que foram revistos, cerca de 17% estavam em situação de incumprimento, ou seja, tinham prestações em atraso.
"As condições mais frequentemente alteradas no âmbito das renegociações são a introdução ou aumento do período de carência de capital, o aumento do prazo do contrato e a alteração do valor do 'spread' em conjunto com outras condições com efeito financeiro (para além da carência, prazo e tipo de taxa de juro)", refere o relatório do Banco de Portugal.
Mais crédito, mais barato
O relatório do Banco de Portugal revela ainda que, no ano passado, foram celebrados 26.941 contratos de crédito à habitação, mais 16% do que em 2012. "Em 2013 registou-se uma ligeira recuperação da contratação de crédito à habitação, após a forte queda registada em 2012", frisa o supervisor.
Destes empréstimos, 85% foram concedidos a taxa de juro variável, sendo que 62,7% escolheu a Euribor a seis meses como indexante, enquanto 34,4% dos contratos optaram pela Euribor a trés meses. O "spread" médio dos contratos indexados à Euribor a três e a seis meses ascendeu a 2,9%, o que representa uma queda de 12 pontos base face ao ano anterior. Contudo, o montante médio contratado recuou 17,5% face a 2012, para os 76.929 euros.
Fonte: Negócios
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