Os fluxos de investimento chinês continuam a chegar ao imobiliário nacional, e prometem não abrandar. O primeiro fundo imobiliário com capital chinês foi agora lançado.
O capital inicial do Imoecadint Fund, assim se chama o primeiro fundo de investimento imobiliário de capital chinês constituído em Portugal, será de €30 milhões, embora se admitam “novos aumentos de capital com um reforço para os €50 milhões e, posteriormente, para os €150 milhões”, diz José António de Mello, presidente da Selecta, a sociedade gestora de fundos imobiliários que lançou este fundo e será responsável pela sua gestão.
O fundo, que foi apresentado recentemente em Lisboa, destinase a investidores do mercado chinês e é subscrito pela empresa chinesa Ecadint, embora posteriormente o capital seja aberto à entrada de terceiros. Esta sociedade de investimento internacional apoia, “desde a primeira hora, este projeto”, refere a Selecta em comunicado, um apoio justificado pela “oportunidade que o mesmo representa para o mercado chinês, quer de Golden Visa, quer de investimento qualifi cado”.
Numa primeira fase, o alvo serão os mercados de Portugal e Espanha, sobretudo imóveis de escritórios e lojas, embora o foco setorial possa alargarse também a imobiliário residencial, de turismo e lazer, desde que gerador de rendimento. Numa segunda fase, a Alemanha, a França e a Itália também estão no radar do fundo, que se destina a investir na União Europeia.
Entretanto, os negócios continuam a acontecer e já esta semana a consultora imobiliária JLL anunciou a venda de uma loja no Rossio ocupada por uma agência bancária a um investidor chinês por €2,7 milhões, uma operação que exemplifica o tipo de imóvel que os investidores oriundos da China têm vindo a procurar adicionalmente ao setor habitacional. “As lojas arrendadas a marcas reconhecidas nas zonas mais prestigiadas e movimentadas de Lisboa, como é o caso da Baixa, do Chiado e da Avenida da Liberdade, são um produto cada vez mais procurado pelos investidores de origem chinesa”, começa por explicar Fernando Ferreira, Diretor de Capital Markets da JLL.
Na sua opinião, tal deve-se ao facto destes investidores pretenderem fazer “um investimento sólido, com retorno garantido”, sendo também uma “prova de que os investimentos gerados na motivação do Golden Visa estão a entrar numa nova fase, procurando novas tipologias de imóveis além da habitação”.
Outros negócios nos últimos 12 meses protagonizados por investidores chineses incluem a compra de edifício Duque de Palmela 21 para posterior reabilitação, a compra de imóveis nas ruas Braamcamp e na Pinheiro Chagas, o imóvel que acolhe o Restaurante Belcanto no Chiado ou a loja ocupada pela Vitaminas na Rua Augusta, entre outros.
Chineses concentram mais de 80% dos Golden Visa
O investimento chinês continua, assim, a dar mostras de crescente interesse pelo imobiliário português, um mercado que “descobriu” sobretudo com o Golden Visa. De acordo com dados recentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, os chineses são os principais beneficiários do programa do Golden Visa, concentrando 81,6% das 1166 autorizações de residência atribuídas neste âmbito entre outubro de 2012 e junho de 2014. De acordo com a mesma fonte, desde início do programa, este mecanismo permitiu atrair para Portugal perto de €724 milhões, dos quais €662,5 milhões dizem respeito à compra de imóveis. No total foram atribuídos 1166 vistos Gold neste período, sendo que no primeiro semestre deste ano (670 vistos) já foram atribuídos mais 35,6% do que no total do ano 2013 (494).
Fonte: Público Imobiliário
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.