30 julho 2014

Hostels em Portugal: novas oportunidades no mercado imobiliário


Hostels em Portugal: novas oportunidades no mercado imobiliário
Os proprietários dos hostels consideram este tipo de alojamento local um bom investimento imobiliário e turístico. Quatro hostels nacionais revelam o segredo do sucesso deste novo negócio. 
Lisboa e Porto deram os primeiros passos na criação do conceito de hostel à portuguesa. Só na capital a Associação de Hotéis de Portugal estima que existam cerca de 65 unidades deste tipo de alojamento local. 

Mas este é um fenómeno que cresceu como "cogumelos" em todo o País. De tal modo, que os hostels nacionais já estão entre os melhores do mundo. O panorama dos últimos 10 anos foi propício ao desenvolvimento deste fenómeno. Se não vejamos: aumentaram o número de voos das companhias aéreas low cost para o nosso País, bem como os sites de reservas online. Com isso, entre outros fatores, surgiu um novo segmento de mercado - o "do it yourself" (faça você mesmo) -, e com isso também abriram-se portas para um novo conceito de alojamento local - os hostels. 

Perceber o que move os jovens turistas a este novo tipo de alojamento é muito fácil... É que a imagem dos hostels é apelativo e irresistível para quem gosta, possa e queira viajar. São espaços para pernoitar a preços acessíveis, que vibram modernidade, onde impera o design mas em que o conforto, a segurança e a higiene não foram descuradas e existe uma proximidade do serviço turístico. Ou seja, são "bons e baratos". 

Mas perceber o que move proprietários a apostar nos hostels já é algo que nos obrigou a partir Portugal fora. Fomos ao Porto, passámos pelo Gerês, de caminho demos um salto à Curia e acabámos em Faro. A 'viagem' valeu bem a pena...

Mercado por explorar 

O Tattva Design Hostel, localizado no Porto, até ser considerado um dos melhores do Mundo (Best Large Hotel in The World 2014), o que aconteceu recentemente, começou apenas com dois prédios localizados em pleno centro histórico da cidade e muitos planos para os aproveitar. A ideia inicial era criar apartamentos paro estudantes. mas acabou por prevalecer o conceito de hostel, já que em 2007, altura em que se pensou neste projecto, existia pouca oferta deste tipo de alojamento local na Invicta. A proprietária Himali Bachu explica que, nos últimos anos, têm surgido "boas oportunidades imobiliárias, a preços capazes de permitir adquirir edifícios nos centros das cidades e reabilitá-los mantendo a traça antiga, o que não acontece na grande maioria dos países, pois é extremamente caro, obrigando a soluções mais básicas em termos de design e qualidade". 

Foi também o que aconteceu com a Casa d'Alagoa - Faro Hostel. "Em 2011, em Faro, o mercado do alojamento jovem estava nas mãos da Pousada de Juventude e pouco mais", recorda o sócio-gerente Nuno Almeida. Fernandes. Perante este cenário, e após um estudo de mercado efetuado pelos atuais sócios do hostel, chegaram à conclusão de que havia "um nicho de mercado por explorar na região". Pouco tempo depois "com diligências feitas ao mercado imobiliária em Faro encontrámos o atual edifício onde nos encontramos, que para os farenses era conhecido com a "Casa de Lumena", edifício com mais de 200 anos e desesperadamente a necessitar de remodelações", declara. O ponto de partida deste hostel foi, pois, operar num "mercado por explorar" e aproveitar "uma oportunidade no mercado imobiliário em Faro". 

Além disso, como João Fernandes, proprietário do Hostel Gerês, salienta, investir num hostel é também "urna saída profissional e de estilo de vida para muitos jovens empreendedores que, com relativo baixo custo de investimento, conseguem impulsionar o enorme potencial turístico que Portugal possui". 

Este interlocutor dá um especial ênfase à questão do "estilo de vida". Sobretudo de um estilo de vida que "possibilite a criação de uma família (nomeadamente ter filhos), onde o tempo despendido não é uma preocupação constante" e onde existe "interação com outras culturas e origens". É preciso referir que o País, sobretudo a região do interior, continua a debater-se com a dificuldade em fixar famílias e com as elevadas taxas de desemprego, onde as oportunidades passam mais por uma saída para o estrangeiro do que propriamente por apostar nas potencialidades locais. Os hostels acabam por ser um negócio que abraça dois mundos: a criação de emprego e a captação de turistas. Com isso verifica-se os efeitos multiplicadores que beneficiam a região e o País. 

A todos estes fatores acrescente-se ainda um outro: o "licenciamento relativamente acessível", como explica Pedro Costa Pereira, sócio-gerente do Pharmacy Hostel & Coffee Shop, na Cúria, uma antiga farmácia termal que foi transformada num hostel de charme. E, ao que parece a nova Lei do Alojamento Local, que está em vias de ser aprovada em Conselho de Ministros, parece seguir neste sentido de tornar mais célere o acesso a este novo tipo de alojamento que agora também terá, pela primeira vez, uma tipologia própria e oficialmente reconhecida. 

Fechamos este artigo com uma frase de Pedro Costa Pereira, do Pharmacy Hostel, que ilustra bem a realidade dos Hostel em Portugal: "A nossa filosofia é o cliente estar sempre em primeiro lugar!" Palavras mais para quê... 

Fonte: Magazine Imobiliário

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