Entrou no mercado imobiliário quando este começava a dar os primeiros sinais de recuperação e em apenas três anos tornou-se numa das melhores comerciais da Century 21 nos Estados Unidos. Na multinacional norte americana do ramo imobiliáirio, Anne Mahon é considerada um furacão a transacionar casas, que vende ao ritmo de urna por semana, média apurada com base nos resultados de janeiro a setembro deste ano.
Numa passagem recente por Lisboa, onde partilhou a sua experiência com a equipa comerciai da Century Portugal, Anne Mahon falou do bom momento que se começa agora a viver no mercado imobiliário americano, onde muitos investidores estão a conseguir mais-valias de vários milhares de dólares.
"Quando comecei a trabalhar neste ramo, há três anos, ninguém sabia ainda o que iria efetivamente acontecer no nosso mercado imobiliário. As pessoas perguntavam-me se era uma boa altura para comprar casa, e eu dizia-lhes que não tinha a certeza mas olhava para o mercado imobiliário como um mercado bolsista, o que significa que propriedades compradas a um preço mais baixo historicamente ganham valor, mais tarde ou mais cedo", conta a comercial, considerada a melhor da Century para a região de New England (onde se inclui Massachussets, o estado onde vive e trabalha).
E a verdade é que esses imóveis ganharam valor. Na agência que gere, instalada em Arlington, cidade a escassos 20 minutos do centro de Boston, as casas colocadas à venda a preços ajustados à crise desceram em média entre 6 a 10%. Em outras localidades também do estado de Massachussets como Watertown, por exemplo, os preços baixaram até 18%. E se é certo que o imobiliário nesta zona dos EUA nunca atingiu os preços de saldo do Arizona ou de Miami, ainda assim sempre foram surgindo oportunidades imperdíveis que os investidores não deixaram escapar. "Há três anos, quando comecei a trabalhar, tínhamos muitos imóveis com preços muito baixos. É incrível, olhando para trás, quão rápido os preços subiram. Tenho clientes que compraram imóveis há apenas a dois anos e agora os estão a vender com mais-valias na ordem dos 100.000 dólares (€78.000)", diz Anne Mahon.
Com o regresso da confiança a voltar ao mercado, os americanos estão a adquirir novas casas. Mas não só. "Temos uma população crescente de estrangeiros a investir no imobiliário. Russos, asiáticos, indianos. Pessoas que têm dinheiro para investir e estão a fazê-lo nos Estados Unidos e estão mesmo a mudar-se para Boston". A pressão da procura está mesmo a levar os promotores a criar oferta em zonas que seriam pouco prováveis há uns anos. É o caso da reabilitação de quarteirões inteiros na zona de Chinatown, bairro muito próximo do centro de Boston. "E nesta zona - que até há bem pouco tempo metia medo andar pelas ruas à noite - que se está a verificar uma renovação muito interessante do edificado. Promotores compraram imóveis e transformaram-nos em edifícios espetaculares bem perto da cidade, com apartamentos T2 a valerem entre 800.000 e um milhão de dólares". E o público-alvo não se restringe a uma nova vaga de chineses endinheirados. "Também muitos americanos. Seniores que querem prescindir do carro e viver perto do centro da cidade e do metro e muitos jovens profissionais que preferem comprar casa a arrendar, uma vez que a prestação da casa é como as despesas dos filhos - são dedutíveis nos impostos". Incentivos ainda assim controlados, realça Anne, até porque o "Estado não quer que volte a acontecer o que aconteceu há seis anos, pois isso afetou muito gente".
Fonte: Expresso
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