Câmara de Lisboa levou ontem a leilão 14 prédios e encaixou 21,6 milhões de euros. Fundo de Pensões do Banco de Portugal estava na corrida à compra de três mas perdeu para investidores estrangeiros.
A Câmara Municipal de Lisboa encaixou ontem um total de 21,6 milhões de euros da venda em hasta pública de 14 prédios da capital. Tendo em conta a base de licitação, o conjunto dos prédios que foram a leilão valia 23,2 milhões de euros mas quatro propriedades não foram arrematadas e outros prédios acabaram vendidos por valor muito superior à base de licitação. Banco de Portugal (BdP) foi o grande perdedor.
O Fundo de Pensões do BdP não conseguiu adquirir nenhum dos prédios que levava na mira. Um, o mais caro, situado na Rua do Ouro e com uma base de licitação de sete milhões de euros, foi parar às mãos de um investidor chinês. Esta foi uma das licitações mais renhidas de toda a sessão, com o BdP e o investidor chinês a subirem constantemente a parada até que o regulador português acabou por desistir. O Fundo de Pensões perdeu também a corrida pelo Palácio Marquês de Tancos, que acabou por ser arrematado por um investidor francês. Este investidor estrangeiro ficou com o palácio por 5,482 milhões de euros depois de uma longa ronda de disputa que começou com uma base de licitação de 5,010 milhões de euros.
Também o Palácio Monte Real acabou vendido por um valor muito acima da base de licitação. Começou por 1,860 milhões de euros e acabou arrematado por mais de três milhões de euros a outro investidor francês, representado por uma agência imobiliária. Aliás, a maioria dos investidores, nacionais ou estrangeiros, fizeram-se representar na hasta pública por advogado ou por mediadores imobiliários. Entre os 23 candidatos estavam alguns particulares ou sociedades unipessoais, agências imobiliárias e um cabeleireiro. Além de chineses e franceses, a maioria dos estrangeiros estava também um investidor inglês - que perdeu para os franceses a corrida pela aquisição de um prédio na baixa de Lisboa - e brasileiros.
Sem candidatos ficaram quatro prédios cuja base de licitação em conjunto ascendia a cinco milhões de euros. Qualquer cidadão interessado em adquirir estes prédios poderá, agora, em 60 dias, apresentar à Comissão de Hasta uma proposta em carta fechada.
O Palácio Monte Real, o prédio da Rua do Loreto e o da Travessa do Forno e o edifício situado na Rua dos Cavaleiros foram as propriedades mais disputadas no leilão. O prédio da Rua do Ouro, mesmo no centro da baixa pombalina, teve apenas dois candidatos mas dois de peso que se confrontaram ao limite: BdP e investidor chinês. Ganhou o capital chinês.
Fonte: Económico
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