04 outubro 2014

Portugueses compram mais casas de luxo


Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal
O aumento da procura levou a RE/MAX a abrir lojas topo de gama. A RE/MAX Portugal transacionou nos primeiros oito meses deste ano 150 casas com valor superior a meio milhão de euros, a um ritmo médio de 18 por mês. Os portugueses absorveram 47% das casas e continuam a ser os principais clientes deste segmento, apesar do aparecimento recente de investidores chineses e franceses que vieram animar o mercado.

Esta apetência crescente pelos imóveis de luxo levou o grupo imobiliário a apostar na abertura de agências especializadas neste segmento. Na passada quinta-feira, abriu a primeira agência RE/MAX Collection, localizada numa das zonas com o preço por metro quadrado mais elevado de Lisboa: o Chiado. 

"Criámos em 2009 a marca RE/MAX Collection para a comercialização de casas com valores acima dos €500 mil, mas esta era trabalhada dentro da RE/MAX. E apesar de o realizarmos um número significativo de transações neste segmento de luxo, a nossa marca é, sobretudo, identificada como uma marca de grande consumo. Mas queremos estar no mercado de luxo de uma forma muito consistente, muito focados nos clientes e com um serviço mais especializado. Daí a decisão de abrir estas agências só direcionadas para este mercado de luxo", explica Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal. 

Após a abertura desta primeira loja no Chiado, seguir-se-ão duas outras, urna em Vilamoura e outra na linha de Cascais. Até ao final de 2015, o objetivo é abrir pelo menos oito agências RE/MAX Collection. "Com esta especialização, o objetivo é chegar às 400 casas vendidas e a um volume transacionado na ordem dos 60 milhões de euros". 

Em 2013, a RE/MAX realizou mais de 250 transações de imóveis de luxo, ou seja, imóveis acima de meio milhão de euros. Este ano foram efetuadas 150 transações. A maioria (47%) das transações é realizada com clientes portugueses, seguidos pelos chineses (19%), franceses (8%) e árabes (3"A')). 

"Os asiáticos e os franceses estão a estimular o mercado imobiliário, mas o grande foco continua a ser o cliente português. A desconfiança com o sistema bancário persiste e foi, aliás, renovada com a recente crise do BES. Por isso, as pessoas continuam a preferir investir em tijolo, em casas", realça Beatriz Rubio. 


E quem investe num imóvel de luxo, mesmo no caso dos nacionais, não o compra apenas para desfrutar como primeira habitação, mas também para o colocar no mercado de arrendamento. "Até porque nestes últimos anos os preços baixaram muito e surgiram boas oportunidades. Tivemos casos reais de casas de luxo que desceram a metade do preço em zonas como a Penha Longa, Quinta da Marinha ou a Quinta Patino".

Empresa procura vendedores de luxo
A Remax Collection vai precisar de comerciais para as novas lojas, mas os critérios para ser um comercial do mercado de luxo são mais exigentes. "Tem de ter um grande conhecimento do mercado e da cultura das várias nacionalidades, uma boa presença e vai ter de investir mais. As lojas são mais pequenas, mas ficam em zonas com rendas mais altas, os folhetos são mais cuidados e, por isso, mais caros", explicou Beatriz Rubio. Além disso, têm de prestar muito cuidado à apresentação das casas. "Quem gasta um milhão de euros numa casa precisa que ela lhe entre pelos olhos", observa.

Fonte: Expresso

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