06 novembro 2014

A explosão hoteleira vai transbordar a Baixa lisboeta


Não está prevista nenhuma abertura de hotéis na Baixa pombalina até ao final do ano. A partir de 2015, cerca de 15 unidades abrem portas. São projetos de 4 e 5 estrelas, quase todos de investimento português. 
A aposta foca-se nos hotéis entre os 50 e 100 quartos, que abrem portas na Baixa lisboeta em 2015 e 2016. São, na maioria, projectos de 4 e 5 estrelas, com um investimento médio de 10 milhões de euros. Mais pequenos, devido ao espaço disponível e à "experiência personalizada" exigida pelos turistas.

Existem cerca de 15 projectos em licenciamento ou em obra na Baixa, num total de mil quartos. Contudo, a concretização dos mesmos "não vai ser total" porque muitos proprietários licenciaram hotéis sem intenções de avançar. Os operadores estão dispostos apagar até dois mil euros por metro quadrado, ainda por remodelar. O investimento em cada quarto poderá rondar os 100 a 150 mil euros.

"São investidores nacionais que se movimentam no mercado imobiliário" a apostar na Baixa, define Eduardo Abreu da Neoturis. A eles, juntam-se proprietários que despertam para o turismo, e estrangeiros (espanhóis, franceses e brasileiros). O grupo Pestana contraria a tendência, com a Pousada de Portugal no Terreiro do Paço e um hotel de 4 estrelas na Rua do Comércia.

Outras áreas começam agora a ser exploradas."Quando há tanta pressão na Baixa, vai transbordar", justifica Francisco Sottomayor da CBRE. No eixo Cais do Sodré - Sta. Apolónia as obras já se sentem. Junto a Sta Apolónia, os espanhóis da Hotusa vão investir entre 15 a 20 milhões num hotel-museu de 5 estrelas. Já na Rua do Arsenal, perto do Cais do Sodré, surgirá também um novo hotel, com capitais portugueses, angolanos e indianos. 

"Um quarteirão inteiro da Baixa daria para fazer um grande hotel, mas não há nenhum disponível",conta Sottomayor. A excepção é o Indigo Lisbon Old Town, com 139 quartos na Rua da Madalena. Por isso, as cadeias e fundos internacionais fixam-se em zonas superiores com gestão e investimentos acima dos 30 milhões. 

Os responsáveis acreditam que a febre turística por Lisboa não vai passar. "Não há hotéis a mais. Se a procura (6%) está a crescer mais que a oferta (4%), dificilmente consigo pensar em proibir fazer hotéis", defende Abreu.

Por Francisco Sottomayor, Director de promoção da CBRE
Fonte: Negócios

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