Apesar da polémica, o programa “vistos gold” contribuiu para o dinamismo e aumento do rendimento no sector. É oficial. 2014 é o ano da retoma do imobiliário. Depois de sete anos de crise, o sector começa finalmente a dar sinais de recuperação. Assistiu-se a uma maior procura nacional e internacional. E o crédito bancário voltou a estar mais acessível. Esta situação fez vir ao de cima a preferência dos portugueses, invertendo um ciclo que tinha iniciado com a crise: aumentaram assim as vendas em detrimento dos arrendamentos.
Também o programa vistos gold serviu para animar o sector. O investimento estrangeiro chegou mesmo a atingir valores nunca antes registados. “Actualmente, o imobiliário português é visto, pelo cliente estrangeiro como um valor seguro”, disse Miguel Poisson, diretor-geral da Era Portugal. Já a CEO da Remax Portugal, Beatriz Rubio – que considera “Portugal um local de excelência para o investimento imobiliário” -, afirma que “as mais recentes polémicas não ajudam na solidificação do mercado imobiliário português”. Opinião contrária tem o diretor-geral da Century 21, Ricardo Sousa. “Temos acompanhado a evolução desta situação de uma perspetiva internacional e registamos que não afetou a imagem de Portugal”, disse, justificando que as instituições demonstraram estar a funcionar ao detetar as possíveis irregularidades e a atuar prontamente”. Beatriz Rubio reconhece, contudo, que “o programa vistos gold tem algumas caraterísticas positivas, apesar de ter de ser trabalhado”.
A profissional chama ainda a atenção para o facto de os preços dos imóveis terem sofrido ajustes significativos nos últimos tempos, o que atraiu muitos investidores. Além disso, “o mercado imobiliário português está bem referenciado”, frisa.
A retoma do sector está a repercutir-se na performance destas empresas de mediação. Só a ERA, de Janeiro a Outubro, cresceu face ao período homólogo 29%. A previsão é fechar o ano com mil milhões de euros em imóveis transacionados, em cerca de dez mil operações. Este ano abriu ainda 24 lojas, o que representa um aumento de 54% em relação ao mesmo período de 2013.
Em consonância com a realidade actual – iniciada em 2014 – que regista uma maior preferência dos portugueses pela aquisição da habitação em detrimento do arrendamento, as vendas na ERA registaram 72% das transações contra 28% de arrendamentos. Já o ano passado, os arrendamentos representaram 34% das transações da empresa. Tal como Beatriz Rubio defende “comprar casa e não arrendar acaba por ser uma questão cultural”. Sobre o mesmo assunto, Miguel Poisson vai mais longe e explica que “o arrendamento tem mais expressão junto das pessoas que tendencialmente valorizam a questão da mobilidade. “Por norma, acontece mais nas grandes cidades e nas cidades universitárias”, sublinha.
Sem querer adiantar quanto a empresa lucrou em 2014, a CEO da Remax apenas enfatizou que mediadora cresceu 37% em faturação até ao final de Outubro. Já Ricardo Sousa garante que a Century 21, em cinco anos, teve um crescimento médio de 16%. Este ano, terminará com um crescimento superior a 30%.
Fonte: iOnline
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