26 dezembro 2014

A inversão do ciclo imobiliário?


Os últimos dados divulgados sabre o comportamento do mercado imobiliário português demonstram sinais de recuperação na generalidade dos sub-mercados com especial enfoque no sector de escritórios e turismo. De igual forma o reacender da procura institucionol internacional para o mercado de investimento imobiliário português, que nos últimos anos foi dominada pelos investidores institucionais domésticos e pelos negócios "Golden Visa", é já encarado, por muitos, corno primeiro sinal claro de recuperação do sector. 

Apesar destas noticias serem positivas, importa contudo ter alguma prudência na sua análise e na previsão da capacidade de as mesmas se traduzirem numa recuperação efectiva do sector. Com efeito, a maioria dos negócios reatados, e em curso, circunscrevem-se a imóveis core em boas localizações, existindo ainda pouco interesse por imóveis secundários. 

Nos últimos anos foi realizada um esforço significativo pelo sector de tentar corrigir algumas assimetrias que ocorriam nas valorizações das carteiras, muitas causados por excessos de otimismo na valorização dos riscos implícitos, outros por alguma inexperiência, quer na valorização das mesmas, quer na construção dos modelos de negócio que lhe estão subjacentes. 

Apesar desse esforço, muito ainda há por fazer nomeadamente na definição de estratégias de rentabilização de longo prazo para os investimentos e projetos imobiliários.

A necessidade de um serviço integrado - em que todos os serviços são transversais, multidisciplinares e focados nas necessidades do cliente - é mais do que nunca o segredo para que muitas das oportunidades de negócio, que agora surgem, possam efetivamente dar um retorno atrativo que permita aos investidores internacionais continuarem no mercado português. 

A real interpretação das necessidades do mercado imobiliário, assegurando sinergias entre as diversas áreas de especialidade, será seguramente a forma de garantir que o ciclo imobiliário realmente inverteu e que melhores tempos virão no mercado imobiliário português.

Por José Covas, Head of Valuation da Worx
Fonte: Magazine Imobiliário

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