29 dezembro 2014

Factura com a prestação da casa desce quase 3% num ano


Descida das Euribor leva a que o valor da prestação da casa atinja os valores mais baixos de sempre. A factura com a prestação do crédito à habitação terá nova descida em Janeiro, atingindo o valor mais baixo desde a criação do euro. Nos contratos de taxa variável em que a revisão seja feita no próximo mês há descidas no montante a pagar nos indexantes mais utilizados. E a factura com o crédito à habitação tem descidas de quase 3% face ao que se registava em Janeiro do ano passado.


Os contratos que tenham a Euribor a seis meses, o indexante mais utilizado nos créditos à habitação, terão um alívio de 2,2% face à data da última revisão, feita em Julho tendo como referência a média da Euribor em Junho. No cenário utilizado, de um crédito de 100 mil euros com um ‘spread' de 1% e uma maturidade de 30 anos, o valor da prestação da casa desceria 7,33 euros para 329,83 euros, tendo em conta a média mensal da Euribor em Dezembro (0,177%). Comparativamente ao valor pago em Janeiro deste ano, o novo montante será 2,7% mais baixo, um alívio de 9,13 euros.

Nos contratos que têm como indexante a Euribor a 12 meses, e cuja revisão seja feita em Janeiro, a descida do valor da prestação é de 2,9%. O valor médio mensal desta taxa situou-se em 0,329% este mês. No cenário utilizado, o montante a pagar tem uma descida de 10,22 euros para 336,97 euros.

Também no crédito à habitação que segue a Euribor a três meses haverá uma descida no valor da prestação. Face à data da última revisão, que ocorreu em Outubro, haverá uma descida ligeira de 0,3%, tendo em conta a média da taxa este mês (0,081%). No cenário utilizado, isso traduz-se numa queda de 0,93 euros para 325,37 euros. No entanto, face a Janeiro deste ano, a descida é mais significativa. O valor da prestação terá um decréscimo de 2,7% que resulta numa descida de nove euros no cenário utilizado pelo Diário Económico.

As Euribor têm estabelecido mínimos atrás de mínimos nos últimos anos. Isto depois das medidas adoptadas pelo BCE para segurar a economia da zona euro e para incentivar a concessão de crédito. Este ano a entidade liderada por Mario Draghi já cortou a taxa de juro de referência por duas vezes, colocando-a em 0,05%, o valor mais baixo de sempre. Além disso, tem disponibilizado liquidez para o sistema financeiro, através de empréstimos aos bancos e da compra de obrigações cobertas e de dívida titularizada, diminuindo assim a necessidade das instituições financeiras recorrerem ao mercado interbancário, de onde resultam as taxas Euribor.

Os economistas esperam que o BCE tenha de tomar mais medidas expansionistas no próximo ano. E o mercado está a transaccionar produtos que incorporam as expectativas futuras para a Euribor a valores mais baixos que os actuais. No indexante a três meses, o mercado incorpora que a taxa se situe 0,068% no final de 2015, o que compara com a taxa actual de 0,08%. Estes dados indiciam a possibilidade de novas descidas ligeiras da factura do crédito à habitação. No entanto, tendo em conta a cotação dos instrumentos que incorporam as expectativas para o valor futuro da Euribor, o mercado antecipa subidas da taxa a partir de 2016.

Fonte: Diário Económico

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