Caso BES e vistos ‘gold’ travam crescimento

Crescimento das vendas de casas terá correspondido a metade do seu potencial em 2014. O ano que passou foi marcado por um aumento do número de transacções de imóveis que, segundo os cálculos da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), se terá cifrado entre os 9% e os 15%. Mas o presidente da APEMIP acredita que este mercado poderia ter crescido muito mais. Segundo Luís Lima, a crise do BES e o escândalo dos vistos ‘gold' acabou por penalizar o sector, antecipando que se esses casos não tivessem surgido o número de transacções de casas poderia ter crescido praticamente o dobro.

"Este crescimento é naturalmente positivo, mas estou convencido que teria sido ainda mais expressivo se o País não tivesse assistido aos escândalos mediáticos relacionados com o caso BES e com os vistos ‘gold', que criaram uma desconfiança e suspeição generalizadas que atingiram não só o mercado interno mas principalmente o externo. Se não fosse isso, acredito que o aumento do número de transacções rondasse os 25%", defende o presidente da APEMIP.

Apesar disso, na expectativa deste responsável, à semelhança do que acontece com as imobiliárias sondadas, o investimento estrangeiro deverá ser um dos principais factores a suportar o sector imobiliário no ano que decorre. Beatriz Rubio, CEO da REMAX Portugal, considera que o investimento internacional será uma das grandes tendências a marcar o ano no imobiliário, lembrando que a fatia do mercado estrangeiro representa hoje um quarto do número total de transacções. Nos anos anteriores, este segmento representava apenas 7% das vendas. 

O presidente da APEMIP refere também que o potencial dos investidores estrangeiros é "enorme", destacando que "o mercado imobiliário português tem um grande potencial de valorização e não passou por nenhuma bolha imobiliária, o que faz com que os potenciais investidores estrangeiros tenham motivos para confiar na rentabilidade do nosso sector".

Fonte: Económico