23 janeiro 2015

Mercado Imobiliário 2015: evolução expectável


A tendência de recuperação do Mercado Imobiliário que se fez sentir em 2013 não só se manteve em 2014 como acelerou o seu ritmo, tendo-nos sido dada a assistir uma consolidação da recuperação dos indicadores de actividade do mercado imobiliário em toda a linha com o crescimento transversal, em todos os segmentos de mercado, do número de operações, área transacionada e volumes de negócios.


Importa destacar a nível do investimento imobiliário, que registou em 2014 um crescimento de aproximadamente 130%, o regresso em força dos investidores estrangeiros cujo peso na realização de investimento imobiliário se situava abaixo dos 20% nos três anos anteriores a 2013 e que em 2014 se situou acima dos 80%. Os níveis de investimento alcançados já se encontram acima da média anual registada antes da crise (2018). 

O segmento habitacional continua a ter como dínamos externos os "golden visa" (investidores externos ao espaço Schengen) e a procura induzida por questões de otimização fiscal (originário sobretudo do espaço Schengen). Internamente os produtos formatados pelos bancos para escoamento dos seus ativos imobiliários têm vindo a ser os principais responsáveis pela dinâmico interna, enquanto se espera que os bancos venha a retomar as suas operações creditícias neste capítulo, que começam a mostrar alguma actividade ainda que residual. 

Da nossa observação do mercado 2015 irá ser muito semelhante a 2014: crescimento de todos os segmentos de mercado, todavia com menores crescimentos relativos uma vez que a base de crescimento já não é tão baixa quanto a que se nos apresentava em 2013. 

A nível dos segmentos de mercado de escritórios e logística, apesar do esperado crescimento, ainda não se irão atingir os níveis de actividade médios do período anterior a 2008. Para tal será necessário um ritmo de crescimento da actividade económica superior aos projectados (inferior a 1%). 

Apesar dos níveis relativamente elevados de oferta de produtos, em particular nos segmentos de escritórios e armazéns, irá registar-se uma desadequação da oferta à procura existente, a qual uma vez ultrapassada a questão de redução de custos que até aqui a tem orientado, irá ser mais exigente quanto aos requisitos que procura encontrar nos imóveis procurados, pelo que estaremos na presença de um ano muito desafiante para a área de consultoria imobiliária.

Por Paulo Silva, Diretor-Geral da Aguirre Newman
Fonte: Magazine Imobiliário

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.