Luís Lima, presidente da APEMIP, considera que para existir uma verdadeira dinamização do mercado do arrendamento, será necessário baixar os preços das rendas, para valores competitivos face aos de uma prestação bancária de um crédito habitacional, numa diminuição que deveria chegar aos 30 a 40%, nos segmentos médio e médio baixo.
Qual foi a evolução do mercado do arrendamento em 2014?
Durante o ano de 2014, começou a verificar-se uma diminuição da representatividade do arrendamento urbano, em prol do mercado de compra e venda. Por parte dos indicadores de confiança dos consumidores portugueses, verificou-se uma ligeira melhoria, e começámos também a assistir a alguma movimentação por parte do setor financeiro, no sentido de retomar o acesso ao crédito à habitação. Posto isto, e através da melhoria da dinâmica do mercado de aquisição de imóveis, os preços médios do valor dos imóveis para arrendamento nas principais cidades portuguesas acabaram por decrescer, sendo que esta é a tendência natural quando existe uma recuperação no mercado de compra e venda.
A falta de oferta em determinadas zonas está a levar ao aumento dos preços do arrendamento, ou são apenas situações pontuais?
Na verdade, o valor médio dos preços para arrendamento está a decrescer e não a aumentar, devido à melhoria do mercado de compra e venda. No entanto, continuam a praticar-se valores muito altos no mercado de arrendamento urbano, pois muitas vezes os proprietários acabam por proteger-se de potenciais incumprimentos, aumentando o valor de arrendamento do imóvel. Para que exista uma verdadeira dinamização deste mercado, será necessário baixar os preços das rendas, dos chamados arrendamentos novos, para valores competitivos face aos de uma prestação bancária de um crédito habitacional, numa diminuição que deveria chegar aos 30 ou 40% nos segmentos médio e médio baixo. A fatia do mercado de arrendamento onde estas questões deve ser equacionadas com realismo é a fatia com rendas entre 300 e 500 euros, rendas que, de uma maneira geral, só encontrarão uma procura que não entre em incumprimento se baixarem significativamente para valores competitivos.
Fonte: entrevista publicada no VidaEconómica de 16 de Janeiro de 2015
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