08 fevereiro 2015

Imobiliário recebe apoios à internacionalização


A partir de setembro deste ano, as empresas do sector do imobiliário vão poder beneficiar de apoio nas suas missões empresariais além-fronteiras no âmbito do Horizonte 2020, Programa-Quadro Comunitário de Investigação & Inovação. A novidade foi avançada esta semana pela Comissão Estratégica do SIL (Salão Imobiliário de Lisboa) na apresentação do calendário das principais feiras internacionais organizadas pela Fundação AIP (com parcerias diversas que incluem, por exemplo, a CIMLOP ou a Câmara de Comércio Luso-Francesa).

"No segundo semestre deste ano já vamos ter apoio para as missões empresariais e feiras. Isso é muito positivo porque vai dar um novo impulso ao imobiliário, permite-nos ganhar dimensão e apresentar novas em novas rotas. E ajudando o imobiliário, ajuda-se também a economia do país", sublinhou Luís Lima, que preside à Comissão Estratégica do SIL e também à Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

O processo de candidatura está em curso e não se sabe ainda qual o montante que será cedido ao imobiliário português por este programa comunitário que tem, na totalidade, um orçamento superior a €77 mil milhões para o período 2014-2020. Mas sabe-se já que as verbas irão permitir financiar uma parte substancial dos gastos com as missões das empresas que participarem nas feiras ou ações empresariais organizadas pela AIP. A missão empresarial a São Paulo, no Brasil, a decorrer em setembro, marcará o início deste apoio. 

Sandra Fragoso, gestora das Feiras FIL, lembra que há muito que este apoio era pedido pela Associação Industrial Portuguesa - Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI). "Há muito tempo que a AIP travava esta luta. A maioria dos sectores tem apoios e projetos cofinanciados mas o imobiliário era sistematicamente excluído porque se achava que não era um produto exportável. Mas este produto gera cada vez mais retorno. É preciso lembrar todos os gastos que são feitos no nosso país após a compra de um imóvel por um cidadão estrangeiro que vem para cá viver". 

Entretanto, e para já, a estratégia de internacionalização do imobiliário através das iniciativas da AIP volta a assentar no "eixo Oriente, França e mercado da lusofonia", como sublinha o presidente da comissão organizadora do SIL. "Vamos continuar a apostar nestas rotas, pois foi nelas que andámos a semear há ano e meio e agora queremos colher os frutos desse trabalho. O que não quer dizer que não se aposte em outros mercados como o árabe, por em exemplo, que é um cliente potencial ao nível do golfe", realça Luís Lima. 

Portugal não é só Lisboa

Xangai já no próximo mês irá levar uma comitiva de 12 entidades, entre banca e promotores. Na "Shanghai Overseas Property & Investment Immigration Show" são esperados mais de 110.000 cidadãos chineses que procuram oportunidades de investimento imobiliário fora da China. 

O Salão do Imobiliário e do Turismo Português em Paris é outra iniciativa esperada com alguma expectativa pelo sector dado o interesse dos franceses no mercado imobiliário português, o terceiro maior cliente depois de britânicos e chineses. 

Assim, e para aproveitar ainda mais a potencialidade deste mercado, irá realizar-se este ano não só a 34 edição do salão em Paris, no mês de junho, mas também uma outra edição em Lyon. "Esta 14 edição do salão em Lyon é uma escolha estratégica não só por ser a segunda zona económica francesa, mas também porque tem urna comunidade portuguesa forte e ainda devido à proximidade de Genebra, na Suíça, apenas a uma hora de distância", aponta Ricardo Simões, diretor-executivo da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa, que organiza os salões franceses em parceria com a AIP.

O Brasil, que já representa o quarto maior mercado estrangeiro no sector imobiliário português (30 casas transacionadas por semana em 2014, segundo números da APEMIP), está também no calendário das iniciativas ainda que, por enquanto, restringido a uma missão empresarial.

Com a procura dos chineses e dos brasileiros ainda muito concentrada em Lisboa e a dos franceses repartida pela capital e pelo Algarve, a AIP quer agora criar novos focos de interesse pelo imobiliário do resto do país. Nesse sentido, uma das novidades deste ano no SIL (a realizar entre 7 e 11 de outubro) será a criação de "zonas geográficas" na feira. "Temos de criar representatividade de norte a sul do país e mostrar aos estrangeiros que Portugal não é só Lisboa e o Algarve. É também o Porto, o Douro, Alentejo e outras regiões do país", remata Sandra Fragoso, da AIP.

Fonte: Expresso

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