A empresa de mediação imobiliária 100Domus, que opera atualmente no mercado do Porto, encontra-se a ultimar o lançamento da sua operação de expansão em modelo de franchising. O centro do Porto é a incubadora de um conceito de mediação imobiliária em franchising inovador, que privilegia a proximidade entre lojas, em detrimento da definição de áreas de exclusividade. Segundo o que os responsáveis da empresa 100Domus adiantaram, este modelo não pretende seguir os conceitos tradicionais do mercado de mediação imobiliária, mas antes apostar num conceito de proximidade.
A proximidade que hoje se verifica entre as lojas - quatro lojas estão localizadas no centro do Porto, distando poucas ruas entre si - tem por intenção conseguir que "o produto venha até nós", afirmou Pedro Soares, responsável da marca.
A empresa tem atualmente a sua atividade centrada no mercado de reabilitação, sobretudo na baixa do Porto, com quatro unidades localizadas naquela área da cidade. De acordo com Pedro Soares, esta rede pretende apostar num conceito em que não há lugar ao pagamento de direitos de entrada, mas com 'fee' fixo a título de taxa de publicidade.
"O negócio imobiliário vive de profissionais e muita publicidade", adianta Pedro Soares, pelo que "o investimento em publicidade é imenso e essencial". Para além desta taxa, o franchisado terá que pagar uma comissão sobre as vendas.
Por outro lado, "as quatro lojas atuais que trabalham a baixa quase desde o início não estão obrigadas a exclusividade", sendo que as restantes a nascer segundo o modelo de franchising terão áreas de exclusividade.
Crescimento não se fará pelo número
Com a perspetiva de abertura de mais duas unidades, a 100Domus contará em breve com seis lojas no Porto. A marca opera há menos de dois anos e nasceu da "necessidade sentida pela PortoBaixa, empresa de promoção e investimento imobiliária, de escoar produto".
Dessa necessidade nasceu uma "pequena imobiliária" em Cedofeita, com um "grupo inicial de seis pessoas, seis sócios, que cresceu rapidamente "recrutando pessoas muito boas e tornando-as nossas", disse José António Teixeira.
Ainda que interligadas, a PortoBaixa e a 100Domus são entidades independentes, não obstante com relações privilegiadas. "O produto da 100Domus tem origem em 50% na PortoBaixa e os outros 50% vêm de privados", disse Pedro Soares. A atividade de consultoria e gestão é, assim, também ela central no dia-a-dia da empresa.
Reabilitação com margem de progresso
A sustentar a decisão de avançar para a rede de franchising está ainda a constatação de que o mercado da reabilitação urbana continuará a marcar uma tendência em progressão.
Segundo Pedro Soares, a 100Domus "recebe em média 600 contactos por mês para comprar casa", pelo que, "se continuar a haver apoio político, a reabilitação urbana tem muito por onde crescer".
José António Teixeira complementa afirmando que "todas as capitais perderam residentes nos últimos anos, mas assiste-se agora a um crescimento", sobretudo por parte de "clientes mais velhos que querem voltar a viver na Baixa", mas também muitos investidores, que apostam no turismo e no mercado de arrendamento. Para Pedro Soares, "60 a 70% dos clientes são investidores, a maioria dos quais são nacionais". Apesar de reconhecerem as potencialidades e a rentabilidade elevada do arrendamento, aquele responsável adianta que a 100Domus não opera neste segmento.
No que se refere ao mercado de compra e venda, a 100Domus refere intervalos de preços médios de venda entre 1.000 e 3.000 euros / m2 (neste caso nas zonas da rua das Flores ou Lóios).
Fonte: Vida Económica
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