23 março 2015

Expansão internacional continua elevada na agenda dos operadores apesar das perspetivas económicas incertas


A expansão internacional continua em alta na agenda dos operadores em 2015, apesar das perspetivas económicas incertas e do agravamento dos custos. De acordo com a mais recente edição do estudo, How Active are Retailers Globally da consultora imobiliária global CBRE, 47% das marcas inquiridas indicaram que as perspetivas económicas incertas e o agravamento dos custos, largamente devido ao aumento do valor das rendas e a falta de qualidade do espaço para comércio, são as maiores preocupações para 2015. Contudo, apesar destes desafios, o apetite para a expansão internacional continua forte e as marcas pretendem continuar a investir na sua rede de lojas ao longo deste ano.


Esta pesquisa revela que a Alemanha manteve-se em primeiro lugar pelo segundo ano consecutivo como o mercado de retalho mais popular no mundo com 40% dos operadores a planearem abrir uma loja neste país em 2015. Em segundo lugar está o Reino Unido com 33% e em terceiro é ocupado pela França com 31%.

Os representantes das marcas consultadas continuam a ser atraídos pela Alemanha muito devido à oportunidade de alcançar mais de 30 cidades com elevado poder de compra. Apesar do grande interesse no mercado alemão, as rendas praticadas, na maioria dos mercados, mantiveram-se estáveis ou assistiram a um leve aumento. O Reino Unido também continua a ser um mercado muito procurado pelas insígnias estrangeiras, onde a procura continua a ser resiliente, especialmente em Londres. Tal é devido ao forte crescimento das rendas em localizações premium. A França segue atrás do Reino Unido na atração dos operadores devido à maturidade do seu mercado, com várias cidades fortes e um grande número de centros comerciais de grande sucesso por todo o país. As marcas são, normalmente, atraídas pela capacidade de obter rapidamente um cliente tipo atento, daí focarem-se inicialmente em Paris e nas áreas circundantes e só depois na expansão para outras cidades. As recentes alterações no número de dias que permitem a abertura do comércio tradicional ao domingo e a criação de zona denominadas de turismo internacional estão a captar a atenção dos operadores internacionais para França. 

“Dado os desafios em curso que os lojistas enfrentam atualmente desde o aumento dos valores das rendas passando pelas alterações do comportamento do consumidor, é cada vez mais importante ter uma forte rede de lojas que representem efetivamente a sua marca. O custo de abertura de uma nova loja continua a ser elevado e os operadores têm, agora, de olhar também para sítios tradicionalmente menos premium. O aspeto positivo vê-se quando o crescimento na qualidade das marcas provoca um efeito cíclico para uma distribuição geográfica de lojas mais ampla. Ainda existe uma ligeira hesitação em expandir para mercados com alguma incerteza económica. Os operadores reconhecem a importância da ligação que os consumidores desenvolvem com a loja e com todo o seu ambiente, daí o compromisso na abertura de mais lojas. Isto reforça a importância que ainda existe no elo entre a loja propriamente dita e o consumidor.”, comenta Peter Gold, Chefe do Retalho Internacional da CBRE.

21% dos lojistas planeiam abrir entre uma a cinco lojas na região da Europa, Médio Oriente e África (EMEA) até ao final do ano. Os planos de expansão de lojistas a procurarem abrir mais de 40 lojas foram reduzidos em 9% no ano de 2015.

Portugal surge no 20º lugar de uma lista de 67 países presentes no estudo e no segundo pelotão de manifestações de interesse, com cerca de 24% dos operadores inquiridos a identificarem o nosso país como um destino para a sua estratégia de expansão. 

Para Carlos Récio, Diretor de Agência de Retail da CBRE “este resultado evidencia que apesar de todas as dificuldades que atravessamos, a recuperação lenta mas evidente que o País regista, permite aspirar a que a nossa posição relativa, possa melhorar em estudos similares que venham a ser efetuados nos próximos anos. Em 2015 continuamos a registrar uma procura de novos operadores de retalho, de vários setores e formatos, que pretendem entrar no nosso mercado e seguramente iremos assistir à abertura de lojas de novas insígnias. Este facto é revelador de um sentimento de confiança na nossa economia e que alguns operadores consideram que este será um momento interessante para realizarem o seu investimento.”

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