Como é que a JLL vê o novo mercado da reabilitação urbana. De que forma é que a reabilitação está ligada à Lei das Rendas e à maior concentração de estrangeiros na cidade?
A Lei das Rendas foi um fator importante, embora temporal, nomeadamente a forma mais expedita de tratar os imóveis. Coincidentemente há a questão do turismo a crescer, sobretudo Lisboa, principalmente para franceses que estavam mais habituados ao norte de África, mas com a Primavera Árabe transferiram-se para Lisboa.
Em 2013 os turistas franceses cresceram 25%. Estes olham para o mercado e veem as oportunidades imobiliárias, ligadas ao regime fiscal. Paralelamente os “golden visa” que despoletam o crescimento de investidores chineses. Foi criado um novo mercado, que não teria de ser de reabilitação urbana, mas que veio “casar” com a ideia do produto dos apartamentos turísticos e que deu a rentabilidade que procuravam.
Falamos apenas de casco histórico de Lisboa?
Para já apenas podemos falar em Lisboa na zona do casco histórico até ao Marquês de Pombal. A JLL está a fazer gestão de projetos na Av. da República, Cais do Sodré e Alfama. Aliás, foram as zonas mais pequenas que aproveitaram a Lei das Rendas e começaram por reabilitar apartamentos turísticos.
Como está a JLL organizada nesta área?
O departamento Development Solutions dá apoio aos investidores que querem pensar em reabilitação urbana, quais os melhores custos, qual o Business Plan a desenvolver, claro não apenas focado na reabilitação urbana, embora nos últimos tempos tenha sido esta a área de eleição. Depois temos o Project Management que damos apoio com a continuidade com a implementação do projeto. Acompanhamos licenciamentos, projetistas e desenvolvimento da obra. No final damos apoios, quer seja ao departamento residencial, de escritórios e comércio para a comercialização dos ativos. Damos o apoio em todo o ciclo do imobiliário. Temos também a equipa de Capital Market, de investimento, que tem ativos no centro de Lisboa para comercialização e para projetos de reabilitação urbana.
A construção é adjudicada a terceiros?
Sim. Não somos empreiteiros neste tipo de obras. O foco da nossa empresa da área, a Tétris, é o fit-out de interiores, não obras de reabilitação urbana.
Como é que aparece esta área na JLL?
Basta olhar para Lisboa para ver que há muito para desenvolver na reabilitação urbana. Temos uma cidade com boas infraestruturas, a par de incentivos fiscais, nomeadamente em IVA. Aliás, o IVA reduzido na reabilitação urbana de 23% para 6% na faturação da obra é um fator nuclear.
Este movimento em Lisboa pode ser replicado no Porto?
Já começa. Já há alguma procura de investidores, também por causa do sucesso no turismo. A Invicta tem boas oportunidades para desenvolver no centro. Tem ruas que começam a ganhar notoriedade em termos comerciais. O Porto tem uma animação noturna interessante e, tal como em cidades como Nova Iorque em que vai primeiro a vanguarda e depois se consolida, também aqui o “boom” turístico veio dar nova vida ao Mercado da Ribeira e à Baixa. Dentro de dois anos poderemos olhar para trás e veremos como tudo está diferente.
Por que é um cliente deve escolher a JLL para gestora de projetos?
O grande fator diferenciador é escolher alguém que integra todos os serviços e tem um grande conhecimento do mercado. Alguém que oferece um sistema de serviços integrado, onde não tem de escolher um consultor, depois um gestor de projeto, depois uma comercialização e depois tem de coordenar tudo isso. Aqui ao escolher um gestor de projeto tem tudo integrado, a par do conhecimento do mercado, com research, consultoria e venda final.
entrevista no dia 15 de Abril ao jornal OJE
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