07 abril 2015

Novo Banco junta-se ao corte dos "spreads" para a compra de casa


Banco fez o primeiro corte nas margens cobradas no crédito à habitação. Foi um dos quatro bancos a reduzirem os "spreads", este mês, acentuando a tendência de descida dos custos com a casa. Num ano, as taxas mínimas recuaram, em média, 20%.


O Novo Banco cortou o "spread" no crédito à habitação. É a primeira vez desde a resolução do BES, da qual resultou a instituição liderada por Stock da Cunha, que o banco revê a margem cobrada nos empréstimos para a casa, segmento de mercado que conta cada vez com ofertas mais agressivas. Já há quatro bancos que praticam "spreads" abaixo de 2%, o que tem contribuído para que a margem mínima média tenha encolhido em 20% num ano. 

Desde Agosto de 2014 que o Novo Banco manteve a taxa mínima associada ao financiamento para a compra de casa em 2,75%. Mas a partir deste mês, de acordo com a alteração efectuada no preçário, o banco passa a exigir um mínimo de 2,25% - a taxa máxima manteve-se em 5,80%. Contactado, o Novo Banco diz que "esta descida vem ao encontro da tendência de descida de "spreads" do sector, que se verifica desde o início de 2014". 

Com este corte, o banco iguala a oferta actual do BCP que em Fevereiro colocou a margem mínima em 2,25%. Contudo, há bancos que apresentam taxas mais competitivas, entre eles o Banco Popular que um ano depois de ter passado a taxa mínima de 2,75% para 2,25%, colocou o "spread" em 1,90%. Além do Novo Banco e do Popular, também o Banif e o Deutsche Bank arrancaram o segundo trimestre com taxas mais baixas: 2,5%, em ambos os casos. O Banif tinha uma taxa mínima de 3,6%. 

Abaixo de 2% 

Fruto da redução realizada pelo Banco Popular, são agora quatro os bancos que apresentam aos seus clientes "spreads" de menos de 2%, com a CGD, o banco do Estado, a ser a instituição financeira mais agressiva neste segmento de mercado. 

Depois de o BCP ter avançado comum corte expressivo na taxa mínima. a CGD avançou no final de Fevereiro com um "spread" de apenas 1,75% que continua a ser o mais baixo entre os 13 bancos considerados pelo Negócios. O Crédito Agrícola tem uma taxa de 1,7%, mas apenas para clientes com menos de 30 anos, sendo de 1,8% para os restantes, e o Santander Totta oferece 1,5% para os clientes "premium", sendo de 1,99% para os outros clientes. 

Descida de 20% 

Praticamente todos os bancos têm vindo a rever em baixa as margens cobradas nos créditos para a compra de casa, com excepção do BPI entre as maiores instituições (tem 2,5% desde, pelo menos, Janeiro de 2012). "A retoma económica, mesmo que moderada, a queda do risco de Portugal e da taxa de financiamento dos bancos, a melhoria na taxa de desemprego e a digestão de carteiras de malparado, já feita pela banca, permitem voltar a apostar neste produto", frisa Filipe Garcia, economista do IMF.

Com os sucessivos cortes, a margem mínima média exigida pelas instituições a operar no mercado nacional está, agora, em 2,43%. É uma redução de 20,9% face ao "spread" mínimo praticado pelos mesmos bancos há um ano, altura em que a taxa era, em média, de 3,07%. 

Fonte: Negócios

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