24 abril 2015

Preços das casas em Lisboa com maior subida em seis anos


Dados do INE indicam que o preço médio da avaliação bancária das casas subiu 51 euros/m2 em um ano. São cada vez mais os sinais de recuperação do sector imobiliário português. Segundo os números sobre a avaliação bancária da habitação divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o preço médio a que os bancos avaliam as casas na altura de concederem crédito à habitação estabilizou em Março, face ao mês anterior, nos 1.011 euros por metro quadrado. Mas em termos homólogos esse valor representa uma subida de 1,8%.


Neste contexto, a área metropolitana de Lisboa é a zona do país, onde se nota uma maior recuperação de preços no último ano.


"O contributo mais expressivo para o aumento homólogo do total do país foi dado pela área metropolitana de Lisboa, onde o valor médio da avaliação aumentou 4,3% em termos homólogos, para 1.231 metros quadrados", sublinha o INE. Analisando em termos históricos, trata-se da maior subida homóloga pelo menos desde 2009, antes da crise financeira.

A capital do país foi mesmo a região mais beneficiada pelos bancos na hora de decidirem o montante dos empréstimos a conceder, com uma subida homóloga de 51 euros no preço do metro quadrado. Para além da Área Metropolitana de Lisboa, o Norte (+2,2%), o Centro (+2%) e o Algarve (+0,8%) também assistiram a subidas no preço do avaliação bancária dos imóveis.

"Começa a deixar de haver dúvidas de que o mercado deixou de corrigir de preços. Isso vem confirmar que já passamos o ponto de inflexão e que estamos a dar início ao processo de subida", salienta Miguel Poisson director geral da ERA Portugal. O mesmo defende Ricardo Sousa, administrador da Century 21. "Estes números são mais um indicador que vem reforçar a recuperação do sector residencial e da subida das transações de venda que são salientadas nos nosso números do primeiro trimestre, em que tivemos um aumento de 26% nas transações", explica Ricardo Sousa.

Relativamente ao facto de Lisboa ser a região com a maior subida de preços, Ricardo Sousa salienta que se deve ao facto de se tratar do "grande motor do sector imobiliário". Miguel Poisson complementa, dizendo que os preços começam a subir mais rapidamente nos grandes centros urbanos "por uma questão de relacionada com o jogo de oferta e de procura". "Nos centros urbanos há um maior poder económico, a que se junta a procura por parte dos investidores estrangeiros. Este fenómeno acontece sobretudo em Lisboa e no Algarve, mas também já se sente no Porto", refere o responsável da ERA.

Na base da recuperação generalizada de preços, ambos destacam o papel da banca. "Ao haver maior abertura por parte da banca na concessão de crédito, há maior possibilidade das pessoas que não tinham acesso ao mercado conseguirem comprar agora casa", salienta o responsável da ERA antecipando que em 2015 a concessão de crédito apresente um crescimento na ordem de 30%.

Apesar de anteciparem que os preços das casas subam de uma forma muito gradual ao longo deste ano, os responsáveis das duas imobiliárias estão optimistas em relação ao comportamento do sector este ano. "Quando há mais concessão de crédito, ‘spreads' mais baixos e mais procura, estão criadas as condições para tornar mais vivo o mercado imobiliário", remata Miguel Poisson.

Fonte: Diário Económico

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