27 abril 2015

Quer comprar casa a crédito? Saiba quanto pode custar


Com os juros em mínimos históricos e os "spreads" também em rota descendente, comprar casa começa a tornar-se mais atractivo. Mas se estiver a considerar pedir um crédito à habitação, há outros encargos que deve ter conta, nomeadamente as despesas iniciais. Saibam quais são os custos em que pode incorrer em 10 bancos.


As Euribor nunca estiveram tão baixas. Os bancos têm vindo a cortar as margens mínimas exigidas nos empréstimos. Tudo se encaminha para que os encargos com as prestações do crédito à habitação assumam valores mais acessíveis . Mas estes não são os únicos encargos a que as famílias devem estar atentas. Se está a pensar comprar casa, convém conhecer as despesas que terá de pagar logo no início do crédito.

Quase todos os bancos a operar no mercado nacional desceram os "spreads" nos últimos meses. E já há cinco instituições financeiras a oferecer margens mínimas no crédito à habitação inferiores a 2%. Isto numa altura em que a Euribor a três meses, utilizada como indexante em quase metade dos empréstimos, já atingiu valores negativos, enquanto a taxa a seis meses continua também a recuar. Contudo, o contrato de crédito tem outros encargos, que vão além da prestação mensal, e que devem ser avaliados uma vez que podem representar poupanças significativas. 

Solicitar um empréstimo requer logo "à cabeça" o pagamento de comissões ao banco. Tipicamente, as instituições financeiras cobram comissões relativas à abertura do processo, à avaliação do imóvel e à preparação da minuta da escritura. E as diferenças são expressivas entre os vários bancos. O Negócios consultou os preçários de 10 dos principais bancos a operar no mercado nacional. Os encargos variam entre os 301,6 euros cobrados pelo Crédito Agrícola e os 1.082 euros exigidos pelo Baní.f. Ou seja, apenas tendo em conta estas despesas iniciais, os clientes podem poupar 780,4 euros.

Além das despesas cobradas pelas instituições financeiras, Os clientes terão também que fazer face a despesas relativas a impostos. São estes, aliás, os encargos mais pesados para os orçamentos familiares. Para calcular estes custos, o Negócios recorreu aos simuladores online dos mesmos 10 bancos, tendo sido considerado um financiamento de 150 mil euros para um imóvel com avaliação de 200 mil euros. 

Com estes pressupostos, os encargos ascendem a 4.704,77 euros. Este montante inclui os serviços relativos a registos e escritura do "Casa Pronta", imposto do selo de abertura de crédito, imposto do selo da compra e venda e Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis (IMT). 

No total, os encargos iniciais num crédito à habitação superam os cinco mil euros. Podem ir dos 5.006,37 euros no caso do Crédito Agrícola aos 5.786,77 euros no caso do Banif.

Comissões recorrentes

Mas desengane-se se pensa que as despesas cobradas pelo banco terminam com o início do contrato, Isto porque todas as instituições financeiras consideradas, à excepção do BPI, cobram mensalmente uma comissão de processamento da prestação. 
Esta comissão varia entre Os 2,60 euros cobrados pelo Santander Totta e os 1,04 euros exigidos pelo BIC. Parece uma comissão reduzida, sobretudo se comparada com as despesas iniciais. Contudo, importa não esquecer que esta será cobrada todos os meses, ao longo do decorrer do empréstimo, cujo prazo pode ir dos 20 aos 40 anos, tipicamente. Além disso, esta comissão pode ir aumentando longo do tempo, como aliás aconteceu nos últimos anos.

TOME NOTA Cinco cuidados que deve ter antes de escolher 
Antes de escolher o crédito à habitação, há alguns cuidados que deve ter. É uma decisão importante e, à partida, estará associado a esse contrato durante grande parte da sua vida. Por isso, informe-se o melhor possível e não faça opções de ânimo leve. 

Peça várias simulações em várias instituições 
Para que possa escolher o crédito à habitação, é necessário que esteja bem informado. Antes de tomar uma decisão, peça a vários bancos diferentes simulações e pondere aquilo que melhor se adequa à sua condição financeira. Teste vários montantes, vários prazos e também diferentes tipos de taxa de juro (taxa fixa ou taxa variável). Só com base em vários cenários diferentes poderá perceber se tomou a decisão mais acertada 

Simule subidas expressivas da taxa de juros 
Caso opte por unia taxa de juro variável no crédito à habitação, esta vai variar em função da evolução do indexante. A subida da Euribor, o principal indexante utilizado, vai traduzir-se num agravamento da prestação no futuro. Por isso, deve estar preparado para esse cenário. Os bancos são obrigados a revelar o impacto de uma subida de 1 e 2% no indexante, mas peça simulações que considerem avanços mais expressivos e avalie as consequências.

Não estique demasiado o prazo do empréstimo 
Um prazo mais longo no empréstimo vai permitir diluir no tempo o valor do financiamento. Uma opção que, à partida, pode parecer tentadora. Contudo, é importante não esquecer que quanto mais longo for o crédito à habitação, maiores serão também os encargos relativos ao pagamento de juros. Por isso, é importante que faça contas e avalie qual é opção mais vantajosa e que pode satisfazer as necessidades a curto, mas também a longo prazo.

Atenção aos custos dos produtos associados 
Para concederem um "spread" mais atractivo, os bancos convidam os clientes a reforçar a sua relação. Ou seja, quantos mais produtos subscreverem, maior será a bonificação que podem alcançar na margem mínima cobrada no empréstimo. Mas importa ter presente que alguns destes produtos têm encargos mensais que podem posteriormente agravar significativamente os encargos. O barato pode acabar por sair mais caro. Compare as TAER.

Imóveis dos bancos estão isentos de despesa 
Os bancos continuam a ter no seu balanço alguns imóveis que receberam depois da entrada em incumprimento dos antigos proprietários. Habitualmente estas casas gozam de condições de financiamento mais atrativas, que podem ir dos "spreads" mais baixos à concessão de 100% da avaliação do imóvel. Além disso, na maior parte das instituições financeiras, estes mesmos imóveis permitem a isenção das despesas cobradas inicialmente no crédito.

Fonte: Negócios

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