Na zona do Parque das Nações a “vacancy rate” desceu de 22% para 6%. Paulo Silva, o CEO da Aguirre Newman Portugal, assegura que em zonas prime esta é a altura para a promoção especulativa e de inversão de rendas. Há zonas como o Parque das Nações onde faz sentido a promoção especulativa de escritórios, assegura Paulo Silva, CEO da Aguirre Newman, e que à margem da apresentação do estudo sobre migração de empresas, disse ainda que 2015 vai marcar a inversão da tendência de rendas nos escritórios.
O gestor deu o exemplo do Parque das Nações onde há alguns anos se caiu dos 17/18 euros m2 para 10/12 euros/m2 e hoje é impossível arrendar por menos de 13/14 euros m2. Justificou ainda a necessidade de os promotores avançaram com promoção especulativa e deu mais um número: se no final do 1º semestre de 2013 havia 90 mil m2 de escritórios novos não usados, hoje a disponibilidade caiu para 30 mil m2. Alertou que há investidores que não conseguem entrar em Portugal porque “não há produto”.
A Aguirre Newman procedeu, pelo sexto ano consecutivo, ao estudo de migração das empresas no mercado de escritórios do concelho de Lisboa desta vez para 2013 e 2014, com o objetivo de identificar as zonas de proveniência das empresas, bem como as respetivas zonas de destino e detalhando exaustivamente o “take-up” de escritórios dos últimos dois anos.
Entretanto, no estudo foram analisadas mais de 420 operações de arrendamento, quantificando áreas de escritório ocupadas, zonas de origem e de destino, bem como os respetivos setores de atividade das empresas. Identificam-se ainda as operações que correspondem a aumento de área por crescimento orgânico das empresas, assim como as operações que correspondem a primeiras ocupações, como sejam start-ups.
O Estudo da Migração das Empresas envolveu 425 operações de escritórios, sendo 186 relativas ao ano de 2013 e 239 relativas ao ano de 2014. A área total transacionada foi de 204.331 m2 (77.802 m2 em 2013 e 126.529 m2 em 2014).
Observámos que cerca de 37% do número de transações (correspondente a 31% da área transacionada) ocorridas em 2013, e cerca de 44% do número de transações (correspondente a 37% da área transacionada) ocorridas em 2014, foram dentro da mesma Zona.
Os analistas constataram uma apetência por zonas contíguas na deslocação de empresas em Lisboa no período 2013 /2014, nomeadamente no que concerne às Zonas 1 (Prime CBD), 2 (CBD) e 3 (Zona Emergente). Esta realidade poderá ser explicada pelo facto de estas três zonas constituírem um “contínuo geográfico” dentro da cidade de Lisboa, onde os níveis de acessibilidade e serviços disponíveis são de algum modo comparáveis.
No trabalho conclui-se que cerca de 25% do número de transações (correspondente a 15% da área transacionada) ocorridas em 2013, e cerca de 15% do número de transações (correspondente a 7% da área transacionada) ocorridas em 2014, foram primeiras instalações, sendo que que a proveniência da área contratada nas Zonas de Destino 1 e 4 é semelhante em 2013 e 2014, excetuando a ocupação do edifício Liberdade 14, pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (em 2014).
Concluiu-se que 59% das transações registadas em 2014 correspondem a um incremento de área ocupada face à ocupação anterior, ou seja, mais de metade do número de transações foram mudanças de escritórios mais pequenos para escritórios maiores e/ou contratação de área adicional na mesma morada.
O estudo teve início com a caracterização do Mercado de Escritórios de Lisboa tendo por base a informação disponibilizada pelo LPI (Lisbon Prime Index).
Zona 1 (Prime CBD): Eixo da Av. da Liberdade à Praça Duque de Saldanha.
Zona 2 (CBD): Eixo da Av. da República, Av. Duque de Loulé e zona das Amoreiras.
Zona 3 (Zona Emergente): Eixo do Campo Grande à 2.ª Circular, zona de Benfica, Praça de Espanha e Sete Rios.
Zona 4 (Zona Secundária): Eixo da Av. Infante Santo e Av. 24 de Julho.
Zona 5 (Parque das Nações): Parque das Nações.
Zona 6 (Corredor Oeste): Eixo A5 até Porto Salvo e Alfragide.
Zona 7: Todos os escritórios situados fora das zonas estabelecidas são englobados numa designada zona 7, que geograficamente corresponde a toda a área de Lisboa não considerada nas zonas 1 a 6.
Fonte: OJE
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