20 maio 2015

Aveiro: segmento não residencial em destaque


Mudança de paradigma aponta para entrada de investidores que colocam imóveis no mercado de arrendamento. No segmento não-residencial, Aveiro atravessa uma nova dinâmica em espaços comerciais de primeira linha. Já perto do seu término, a segunda edição de 2015 da iniciativa “Mês das Oportunidades”, levada a cabo pelo Millennium bcp, contempla uma atenção particular ao distrito de Aveiro. A campanha, que decorre até ao final de Maio, amplamente divulgada junto dos consumidores e dos mediadores parceiros na comercialização da sua carteira de desinvestimento imobiliário, foi criada pelo banco há cerca de três anos e envolve em cada edição um conjunto de quatro zonas.


Desta feita, estão em destaque 80 imóveis, “com predominância no segmento não residencial no concelho de Aveiro, Santa Maria Feira e Anadia”, num total de 60 ativos. No segmento residencial, são 20 os imóveis em campanha, localizados nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Mealhada e Espinho, revelou Cruz Lança, responsável de vendas – Retalho Norte da Direção de Negócio Imobiliário do Millenium bcp. 

No segmento não residencial, a predominância da oferta “centrase em lojas, terrenos, unidades industriais e garagens”, acrescentou. Todos estes ativos “estão em comercialização pelo valor de 12,5 milhões de euros”. 

E, no que toca aos imóveis residencial, “esperamos duplicar as vendas nos imóveis residenciais”. Quanto “aos imóveis de maior dimensão” as expetativas “não são elevadas, uma vez que grande parte dos imóveis são terrenos, lojas de grande dimensão e valor concentradas num local onde as vendas ainda estão em fase de recuperação”, disse Cruz Lança. “Temos efetuado um trabalho no terreno de forte divulgação dos imóveis existentes, procurando a segmentação por áreas de maior potencial de crescimento, como clínicas, turismo e restauração, de forma que potencialmente o conhecimento da existência destes espaços leve a uma maior eficácia nas vendas”. 

Também segundo Sónia Simões, a presente campanha “é vantajosa”. “Apesar de serem as áreas comerciais que estão em destaque, esta campanha dá um forte impulso à dinâmica de procura e mexe muito com o mercado”, remata a responsável da mediadora Arcada Dourada, parceira desta campanha. 

As condições de base são simples: os imóveis contemplados têm um “preço de oportunidade” até 31 de maio. Porém, o comprador que escriture até 30 de junho poderá ainda ter um desconto de 5% tratando-se de residencial e de 10% de imóveis não residenciais. 

Mercado com evolução positiva 

O mercado de Aveiro “tem evoluído positivamente desde meados de 2014”, considera Sónia Simões. Esta operadora refere que “temos sentido falta de produto novo, dado que a construção estagnou e não é lançada nova oferta”. 

Já o arrendamento conhece uma “fase de dinamismo”, pois “a aquisição destinada a este segmento, sobretudo de tipologias pequenas, é relevante”, acrescenta. O mercado de arrendamento destina-se “a estudantes e trabalhadores deslocados, com elevada rotatividade e que ficam por períodos curtos”, disse Sónia Simões. 

Por sua vez, Nelson Ressureição, responsável da ERA Aveiro, notou que o mercado sofreu “uma alteração de paradigma”; se “até há seis anos atrás, o financiamento bancário suportava 85% das vendas destinadas às famílias, hoje verifica-se uma retração desse mercado, que foi ocupado pelos investidores, os quais compram em vez das famílias que, por sua vez, optam pelo arrendamento”. 

Em termos de volume de transações globais, “o mercado não sofreu uma forte transformação, pois os investidores encontraram no imobiliário uma alternativa ao investimento em produtos financeiros. Passamos a vender taxas de rentabilidade”, disse. 

Ao nível dos preços praticados, estes “sofreram uma quebra desde 2011 até início de 2014, altura a partir da qual estagnaram”, acrescentou a responsável da Arcada Dourada. Actualmente “sente-se uma tendência de crescimento, pois em determinados segmentos há mais procura que oferta”, disse Sónia Simões. 

Nelson Ressurreição deixa uma palavra para “o potencial colocado pelo mercado estrangeiro”, que em Aveiro, “oscila entre 5 a 7%” das transações. A ERA Aveiro “vende pelo menos um imóvel por mês a estrangeiros, o que ainda é residual no nosso volume de vendas. Falta vender a marca Centro e Norte no exterior e ganhar notoriedade”, considera.

Imobiliário não residencial conhece nova procura 

Na vertente não residencial, Sónia Simões aponta que, “até ao final de 2014, Aveiro era um mercado muito estagnado”. Hoje “começa agora a existir alguma procura nesse sentido”. 

No segmento de escritórios, sente-se que “as empresas perderam liquidez e desinvestiram nas suas estruturas, ou até encerraram”, disse Nelson Ressurreição. Neste caso, “verificou-se um aumento da oferta que não foi acompanhada pela procura”. 

No caso dos espaços comerciais, Aveiro atravessa “uma fase de transição”, com “algumas lojas mais antigas”, localizadas em zonas ‘prime’, “a abrir posições de primeira linha que são logo tomadas pelas empresas que estavam localizadas na segunda linha ou periferia”, revelou o responsável da ERA Aveiro. Esta transferência gerou “alguma oferta na segunda linha” de espaços que, “com o tempo, serão tomados” pela “criação de novas empresas”, disse. 

Já no caso da indústria, “verificase o excesso de oferta em armazéns”, disse Nélson Ressurreição. Neste momento, “começa a haver procura por espaços maiores, mas ainda de forma tímida. Acredito que este ano, se a recuperação económica continuar, vamos conseguir colocar tudo”, afirmou. 

Com efeito, no distrito de Aveiro “o tecido industrial e comercial representa mais de 80% do volume de negócios da região, segundo os últimos indicadores”, disse Cruz Lança, com “uma grande diversidade de setores empresariais, onde estão inseridas empresas de referência, tanto a nível nacional como internacional”. 

A indústria do calçado, cerâmica, metalomecânica e metalúrgica, setor automóvel, setor naval e pescas, dos moldes, da cortiça ou da celulose, são apenas alguns ramos de atividade com grande representatividade e peso na economia, considera. “Quando temos armazéns em venda podemos observar que a absorção pelo mercado tem sido rápida, o que comprova a industrialização da zona e a procura tem sido crescente. Já nas lojas e terrenos de construção, a retoma tem sido lenta, gerando interesses e vendas mais distanciados no tempo”, concluiu Cruz Lança.

Fonte: Público Imobiliário

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