08 junho 2015

25 mil franceses no Salão Imobiliário Português


Quando em setembro de 2012 a Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa concretizou a edição do Salão do Imobiliário e do Turismo Português em Paris (SIPP), estávamos longe de imaginar que, apenas três anos mais tarde, Portugal chegaria ao topo da preferência dos seniores (aqueles que contam mais de 50 anos) franceses como destino para prosseguirem os seus projetos de vida.


Marrocos, que até então ocupava esta posição há largos anos, parecia um concorrente inabalável, por vários fatores: os naturais, o clima e a proximidade geográfica; os sociais, a francofonia e a calma social; os económicos, o preço do imobiliário, o poder de compra e as vantagens fiscais. Associado aos fatores pré-citados, um forte investimento em promoção multicanal premiam em França, quer no domínio turístico quer no domínio imobiliário (que faz o nosso corar) e um compromisso forte da parte dos seus governantes, nunca indiciaria que pudéssemos almejar o que alcançámos, particularmente em tão pouco tempo. 

Desengane-se quem considera que o Presidente Hollande é o nosso benfeitor. Que o fluxo de franceses interessados no nosso país resulta de decreto afixado no Palácio do Eliseu que impele os franceses a procurar terras lusas em reconquista de poder de compra e de otimização fiscal. Aos que acreditam, apenas tenho a dizer que a puerilidade não se coaduna com as exigências e a complexidade da globalização e da gestão de negócios internacionais dos dias de hoje. 

Às empresas e empresários que se sentem players internacionais por fazerem uma campanha de google ads, eu convido a visitar primeiro que tudo os mercados onde estão a publicitar. O Salão do Imobiliário e do Turismo Português em Paris teve a felicidade de surgir num contexto de convulsões no norte de África, dirão uns. Teve a vantagem de ver surgir uma legislação fiscalmente sedutora para a atração de não residentes, dirão outros. Recordo que pelo facto de vento estar a nosso favor não quer necessariamente dizer que o consigamos aproveitar. 

O Salão resulta de uma grande aposta, audaz e corajosa apoiada em parceiros comprometidos com o sucesso do sector e da internacionalização do mesmo. Resulta de acreditarmos no potencial de Portugal e de o combinarmos com as expectativas dos franceses. Resulta de pensarmos grande e em grande. 

Resultado 2015: cerca de 200 empresas portuguesas a expor, 95 stands, mais de 800 profissionais que se deslocaram a Paris este fim de semana para receber 25.000 visitantes na sua maioria franceses, sedentos de descobrir mais sobre o nosso país. 

Permitam-me aventurar num exercício de futurologia (quando escrevo estas palavras) o SIPP Paris vai assistir este ano a um aumento de portugueses residentes em França, mais esclarecido que está o facto de o RNH (Residentes Não Habituais) também se aplicar a eles. Acreditamos que apesar da imponente presença de Lisboa, o Porto, centro histórico, Foz e zona ribeirinha poderão ganhar espaço na preferência dos franceses. A confirmar a tendência do ano passado, o número de investidores profissionais, ou mesmo o número de investidores particulares, em busca de aplicações atrativas em termos de rentabilidade, aumentará na linha do que já se constatou no ano passado. 

Este ano, todavia, a grande novidade do SIPP chama-se SIPP Lyon, que se realizará dentro de um mês. Um dado curioso: sabia que o PIB da região de Lyon equivale ao PIB de Portugal inteiro? Pois é, o produto da segunda região económica de França (€195 mil milhões) é equivalente ao do nosso país. 

Com as terceiras regiões económicas, respetivamente de França e da Suíça (Cantão de Genebra) encostadas atesta na perfeição o potencial do SIPP Lyon para o imobiliário e para a economia portuguesa. 

Uma palavra para a campanha de comunicação que atinge cerca de 35 milhões de pessoas em França, que permitirá estarmos durante um mês inteiro intensamente a promover Portugal e materializarmos essa promoção em dois locais separadas par Soo km de distância, fazendo deste o maior evento comercial exclusivamente português de sempre em França. 

Uma nota final e pessoal de agradecimento ao senhor secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Dr. Pedro Lomba, por rapidamente ter aceite o nosso convite para estar presente, concedendo-nos a honra de inaugurar o SIPP Paris, valorizando, em representação do Governo de Portugal, os mais de 2 mil milhões de euros que a nossa aposta já representou, diretamente, para a economia portuguesa.

Por Carlos Vinhas Pereira, Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa
Fonte: Expresso

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