Os preços das casas na Grande Lisboa e Grande Porto subiram, respetivamente, 8,6% e 5,6% no início de 2015 face ao final de 2014, revela o estudo "O Mercado Habitacional em Portugal 2005-2015" que foi apresentado pela consultora imobiliária Prime Yield.
De acordo com o documento, que cruza dados do portal Casa Sapo e das avaliações da própria Prime Yield, os preços por metro quadrado que são pedidos pelos proprietários privados ou pelas empresas de promoção imobiliária, estão agora nos 1.324 euros na Grande Lisboa e nos 1.192 euros no Grande Porto.
A justificar este aumento estão vários fatores, explicou o diretor executivo da Prime Yield Portugal, José Velez, na apresentação desta manhã. Uma delas está relacionada com uma maior abertura da parte dos bancos para dar crédito e ainda com os spreads e taxas de juro baixas que se verificam neste momento.
Mas tem igualmente a ver com o facto de já não haver tantas casas dos bancos à venda e ainda por causa dos vistos gold e do consequente aumento dos preços para atrair os investidores que os procuram e que têm de gastar, no mínimo, 500 mil euros.
Estes valores são também superiores aos praticados há 10 anos, conclui também o estudo. Assim, entre 2005 e 2015, os preços médios por metro quadrado na Grande Lisboa subiram 4,4% de 1.268 para 1.324 euros. Já no Grande Porto, os valores médios de oferta subiram 2,8% de 1.160 para 1192 euros.
Uma realidade que, diz José Velez, se verificou apesar da crise económica e das consequentes descidas de preços por m2 que se verificaram em 2011 e 2012 que, mesmo sendo acentuadas, "nunca foram de dois dígitos". Segundo o estudo, as maiores descidas foram precisamente de 2011 para 2012, sendo de 8,1% na Grande Lisboa e de 6,8% no Grande Porto.
Mercado mexe pouco em 10 anos
Para o diretor da Prime Yield, estes números mostram bem a "baixa volatilidade do mercado habitacional português" ao longo destes 10 anos.
De acordo com o estudo, entre 2005 e 2006 verificou-se um aumento dos preços tanto na Grande Lisboa como no Grande Porto. A partir desse ano e até meados de 2011, os preços mantiveram-se, descendo depois a pique a partir de meados de 2011 e até ao final de 2012, os anos de crise e de maiores limitações no consumo e na economia.
Em 2013 notou-se uma ligeira recuperação dos preços, mas não para os valores praticados entre 2005 e 2008. Aliás, quer em Lisboa quer no Porto, 2013 foi o ano em que se registaram os valores mais baixos das casas nos 10 anos em análise.
A recuperação começou a fazer-se sentir efetivamente no ano passado e este ano os preços voltaram a subir face a 2014.
Fonte: Dinheiro Vivo
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