As melhores condições de financiamento oferecidas pelos bancos começam a ter reflexo no crédito à habitação. Montante emprestado até Abril disparou face ao mesmo período do ano passado. Os bancos têm vindo, nos últimos meses, a reduzir os "spreads" no crédito à habitação. Estas melhores condições de financiamento estão já a reflectir-se em mais empréstimos. Os dados do Banco de Portugal revelam que, entre Janeiro e Abril, o montante emprestado para a compra de casa superou em quase 50% o do mesmo período de 2014.
992 milhões de euros. Este foi o montante que os bancos concederam em crédito para a compra de casa nos primeiros quatro meses deste ano e que compara com os 669 milhões de euros emprestados no mesmo período do ano passado. Os dados do Banco de Portugal revelam, assim, que se verificou um aumento de 48,3% nas novas operações de crédito à habitação.
O que justifica esta evolução? "Os bancos têm vindo a tornar as condições de financiamento mais atractivas, menos exigentes, descendo os 'spreads' praticados, por exemplo", explicou recentemente Paula Carvalho, economista-chefe do BPI. Este ano, num conjunto de 13 bancos apenas um ainda não cortou a margem mínima no crédito à habitação.
"Os bancos têm de emprestar dinheiro para poderem ser rentáveis e podem tentar melhorar a rentabilidade média das carteiras de crédito imobiliário através da concessão de novos empréstimos com 'spreads' mais altos", acrescenta Filipe Garcia, economista da IMF. Apesar deste crescimento, o montante das novas operações de crédito à habitação continua abaixo dos máximos antes da crise financeira. Nos primeiros quatro meses de 2011, ano marcado pela chegada da troika, os bancos concederam 2,2 mil milhões de coros em crédito à habitação.
Malparado em recorde
Apesar da maior procura por financiamento e das melhores condições, o malparado das família continua em máximos históricos. Do total de financiamentos concedidos, 4,4% estavam dados como malparado, no final de Abril. São mais de 5,4 mil milhões de euros que as instituições financeiras têm assinalados como créditos de difícil recuperação. Destes, 2,5 mil milhões de euros são ao segmento da habitação. Este valor representa 2,52% do total de financiamento concedido para este fim.
Fonte: Negócios
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