01 junho 2015

Investimento europeu em hotéis ultrapassa outras classes de imobiliário


O investimento europeu em hotéis no primeiro trimestre (Q1) de 2015 foi de 3,74 mil milhões de euros, mais do dobro do volume do mesmo período do ano passado (1,73 mil milhões de euros), de acordo com os mais recentes dados da consultora imobiliária CBRE. No que se refere ao investimento em hotéis em Portugal, o comportamento do mercado tem estado em consonância com o resto da Europa.


O investimento europeu em hotéis cresceu 116% desde 2014, refletindo a solidez dos hotéis enquanto classe de propriedades comerciais em crescimento. Esta alteração ficou a dever-se a vários fatores, incluindo o elevado apetite dos investidores por classes de imobiliário usado no mercado de consumo numa altura de baixa inflação e de aumento de despesa dos consumidores.

A atividade de investimento em hotéis foi em quase todos os países do velho continente significativamente mais elevada no primeiro trimestre de 2015 quando comparada com o primeiro trimestre do ano passado. Reino Unido, França e Alemanha apresentam um forte crescimento no Q1 de 2015, com aumentos de volume de investimento anual de 38%, 90% e 225% respetivamente.

O Reino Unido continua a ser responsável por um sólido crescimento à custa do esperado crescimento económico e do risco limitado de oferta. O mercado de transações germânico deverá manter-se muito ativo nos próximos trimestres à medida que a disponibilidade de arrendamentos operacionais atrai um crescente número de investidores institucionais numa altura de títulos com baixa rentabilidade.

Verificou-se na região da Europa do Sul um substancial aumento no volume de transação no Q1 de 2015 - 878 milhões de euros e uma subida de 301% face ao ano anterior. Este valor fica a dever-se maioritariamente a um notável crescimento nas transações dos hotéis em Espanha, que atraíram grande interesse por parte dos fundos de investimento privado que procuram oportunidade de valor acrescentado com elevado potencial de crescimento.

A Europa Central e de Leste e a Áustria foram também alvo de um aumento considerável nas transações referentes a hotéis, com 160 milhões de euros no Q1 de 2015. Este valor fica a dever-se a uma realocação de investimento anteriormente previsto para a Europa Ocidental, baseado em taxas de rentabilidade muito atrativas e informações de um saudável desempenho da economia.

Joe Stather, Information and Intelligence Manager da EMEA de CBRE Hotels, comentou: “O fluxo de maior volume de investimento em hotéis dá a entender o interesse dos investidores nos hotéis enquanto classe de ativos. A oportunidade de garantir bons índices de rentabilidade em espaços de hotéis, juntamente com os elevados índices de liquidez, são argumentos que vão continuar a fomentar o aumento dos níveis de transações nos próximos 12 meses na maioria dos mercados Europeus”.


O INVESTIMENTO EM PORTUGAL

No que se refere ao investimento em hotéis em Portugal, o comportamento do mercado tem estado em consonância com o resto da Europa.

Para Francisco Sottomayor, Diretor de Promoção da CBRE, “A procura para o desenvolvimento de unidades hoteleiras em Portugal tem vindo a acentuar-se no primeiro trimestre de 2015. A preferência dos investidores é para unidades já em operação, bem localizadas nas cidades do Porto e Lisboa e walking distance da praia no Algarve. Os investidores admitem também investir na remodelação de ativos no sentido de melhorar a seu desempenho no médio prazo. Parte desta procura é também consequência do interesse dos principais grupos hoteleiros globais em ter uma presença em Portugal ou reforçar a existente por via de novas unidades ou marcas distintas do seu portfólio”.

“Operações como a dos Hotéis Tivoli contribuíram para que Portugal reforce a sua presença no radar de investidores institucionais com operações no setor hoteleiro. A necessidade de capitalização de grupos nacionais e o processo de reestruturação do portfólio imobiliário das instituições financeiras nacionais contribuem também para a existência de um maior número de oportunidades no mercado”, reforça ainda Eduardo Abreu, Partner da Neoturis.

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