05 agosto 2015

Vender casa: Recorrer ou não a uma agência imobiliária?


Saiba quais as vantagens de recorrer aos serviços de uma agência imobiliária e conheça os cuidados que deve ter em conta na escolha da mediadora. Nos últimos anos, o processo de venda de uma casa tornou-se mais difícil. O excesso de oferta de imóveis no mercado português, a perda do poder de compra das famílias portuguesas devido à implementação das medidas de austeridade e o aperto das condições de acesso ao crédito por parte das instituições financeiras, levou muitas famílias a adiarem a decisão de comprar uma casa nova ou trocar de habitação. 

Resultado: O processo de venda de uma casa chegou a demorar, em termos médios, cerca de 15 meses (no terceiro trimestre de 2014), segundo dados do portal Conhecer a Crise.

Segundo explicou Luís Lima, presidente da APEMIP, existem dois fatores positivos para o mercado imobiliário: por um lado, o setor financeiro voltou a conceder crédito à habitação às famílias e, por outro lado, há um interesse crescente por parte de investidores estrangeiros nos imóveis nacionais. Além disso, há ainda um outro indicador positivo: o tempo médio de venda está a diminuir. Prova disso são os dados disponibilizados pela REVConsultants e pelo Imovirtual que confirmam que em julho de 2014 existia uma maior procura para a compra de casa. Assim, o tempo médio esperado para a concretização da venda do imóvel passou a ser de 13,2 meses.

Se está a pensar em aproveitar este momento de recuperação do mercado imobiliário para vender a sua casa, saiba em que situações o recurso aos serviços de um mediador imobiliário pode ser mais vantajoso.

Recorrer ou não a uma mediadora imobiliária?

“Colocarem o imóvel no mercado acima do valor real, não se desligarem emocionalmente do imóvel que querem vender e não prepararem a casa antes de a colocar no mercado” são alguns dos erros cometidos pelos proprietários, explicou Ricardo Sousa, administrador da mediadora Century 21. Segundo este responsável alguns destes erros podem ser evitados, nomeadamente, no que diz respeito à definição do valor correto e justo do imóvel, com a contratação dos serviços de um mediador imobiliário. “Se o preço não for atraente é provável que o comprador passe para a oferta seguinte da lista”, assegura o administrador da Century 21. E adianta ainda: “Um preço demasiado elevado vai reduzir, drasticamente, o número de visitas e propostas de compra. Como consequência, o número de meses que o imóvel vai estar no mercado irá aumentar e, inevitavelmente, o proprietário será forçado a efetuar diminuições de preço significativas”.

Já Luís Lima, da APEMIP, salienta o facto do processo de venda ser acompanhado por profissionais que estão dedicados a tempo inteiro à procura de compradores, como uma das grandes vantagens do recurso à mediação imobiliária pelos proprietários. “A venda do imóvel será apresentada e exposta aos potenciais compradores através de profissionais qualificados, com formação técnica adequada e experiência profissional, potenciando assim as suas principais características e qualidades”, afirma. Essa dedicação poderá ter como resultado uma aceleração do processo de venda. Ricardo Sousa assegura, por exemplo, que o tempo médio de venda é inferior a quatro meses com a ajuda de um mediador imobiliário da rede de agências que representa. Também o presidente da APEMIP refere que “a venda através do mediador imobiliário é mais célere do que sem mediador”. Contudo, Luís Lima salienta que “o tempo médio de venda depende mais de outros fatores, como a localização ou o preço do imóvel”.

Mas há mais: “A proteção contra futuras reclamações e informações ao comprador são outras vantagens de um negócio mediado por um agente. É fundamental que todos os assuntos relacionados com a venda do imóvel estejam corretamente protegidos. Esquecer um único detalhe no contrato de compra e venda pode originar dispendiosas ações legais”, referiu o administrador da Century 21.

O que deve ponderar quando escolher uma mediadora imobiliária

Apesar das vantagens associadas ao serviço, este acompanhamento e mediação têm um preço, que pode funcionar com um fator dissuasor para alguns proprietários: as mediadoras cobram uma comissão pela transação. Segundo a publicação económica Dinheiro Vivo o valor desta comissão ronda os 5% do valor total da casa. Isto significa que, por exemplo, numa operação de venda de um imóvel por um valor de 120 mil euros, a mediadora cobra uma comissão de seis mil euros.

Além disso, existem alguns cuidados que os proprietários devem ter em conta na altura de escolherem a mediadora imobiliária e assim conseguirem prevenir eventuais dissabores. E neste campo, a Direção Geral do Consumidor recomenda no seu site que os consumidores verifiquem a legalidade da empresa mediadora através do número da licença de atividade de mediação imobiliária emitida pelo Instituto da Construção e do Imobiliário. E aconselha: “Certifique-se que a empresa ou o angariador imobiliário possuem clara identificação, com a indicação da denominação, do número de licença e do prazo de validade da mesma”. Para conseguir averiguar se a mediadora está a operar dentro da legalidade, a Direção Geral do Consumidor sugere ainda que os consumidores se certifiquem de “que os contratos, correspondência, publicidade e de um modo geral toda a sua atividade externa contêm sempre a sua denominação como empresa imobiliária e número da respetiva licença”, explica esta entidade.

O que fazer se está a pensar em vender a sua habitação?

Com a proliferação dos sites e plataformas de compra e venda de imóveis existem vários conselhos que pode seguir se não quer optar por recorrer à contratação de um mediador imobiliário.

1. Comparar preços
Definir o preço certo do seu imóvel é um bom caminho para conseguir vender a sua habitação. Percorra os vários sites de compra e venda de imóveis, pesquise na sua zona quais os preços praticados em imóveis semelhantes. É imperativo que tenha em conta outros fatores que possam influenciar o preço final como a localização, a tipologia, o estado do imóvel e outras características. Lembre-se que os potenciais compradores poderão querer renegociar o preço da sua habitação e deve ter isso em conta quando iniciar o processo de venda.

2. Descarte as emoções
Nem sempre é fácil descartar o fator emocional presente na venda de uma casa. Mas é aconselhável que tenha presente que os futuros compradores vão olhar para a sua habitação de forma racional e objetiva. Ao estar demasiado ligado emocionalmente à sua casa poderá comprometer o processo e afastar oportunidades de negócio.

3. Prepare a sua casa
Antes da visita de um potencial comprador é importante que a sua casa esteja apresentável. Além de arrumada e limpa, tente retocar ou, se for necessário, arranjar o que não se encontra em bom estado.

Fonte: Saldo Positivo

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