O corte foi pequeno, mas colocou o "spread" mínimo do Santander Totta ao nível do oferecido pela CGD e BCP. São agora estes os três bancos que apresentam a taxa mais baixa do mercado no crédito à habitação.
Dois meses depois regressaram os cortes nos "spreads" do crédito à habitação. Vieram pela mão do Santander Totta que, apesar de uma diminuição ligeira, colocou a margem mínima ao nível da oferecida pela CGD e BCP. São agora três os bancos que apresentam o "spread" mais baixo do mercado no crédito à habitação: 1,75%.
Pela quarta vez este ano, o banco liderado por António Vieira Monteiro avançou com uma redução no "spread" mínimo no crédito para a compra de casa. A taxa que era de 2,49% em Fevereiro passou agora a ser de 1,75%, ligeiramente abaixo dos 1,79% comercializados desde Maio. A actualização, anunciada em meados da semana passada, levou o banco a igualar a oferta apresentada pela CGD e BCP.
A grande diferença entre a oferta das três instituições financeiras está agora no indexante ao qual é somado o "spread". Isto porque o Santander Totta, actualmente, apenas comercializa crédito à habitação associado à Euribor a 12 meses. Já o banco do Estado e o BCP permitem aos seus clientes associar o crédito à habitação à Euribor a seis meses.
O banco liderado por Nuno Amado tinha sido, aliás, o último a anunciar uma redução no "spread". Desceu a sua margem, no início de Julho, para 1,75%, a mesma que o banco do Estado oferece desde Fevereiro, quando entrou "agressivamente" no movimento de redução da margem: foi o primeiro a colocar o "spread" mínimo abaixo dos 2%.
Fevereiro foi precisamente o mês em que as instituições financeiras começaram a descer a margem mínima nos empréstimos para a compra de casa. Num conjunto de doze bancos, oito já comercializam "spreads" mínimos abaixo de 2%. Em média, esta taxa é agora de 2,04%, sendo de 3,07% em Abril do ano passado.
Para conseguir estas margens mínimas, os clientes precisam de reunir um conjunto de condições, como reforçar a sua ligação com a instituição. Contudo, os dados do Banco de Portugal revelam que as taxas de juro das novas operações de financiamento para a compra de casa têm vindo a cair. Em Julho, a taxa atingiu os 2,25%, o valor mais baixo desde Março de 2010.
E o movimento de corte pode não parar por aqui. "As taxas de referência devem estar próximo de mínimos, mas os prémios de risco ainda estão consideravelmente elevados", disse Paula Carvalho recentemente ao Negócios. "Ainda que não devam regressar aos mínimos praticados antes da crise financeira internacional de 2008, parece ainda haver espaço para redução", estima a economista-chefe do BPI.
Crédito em máximos
A redução sucessiva dos "spreads" no crédito à habitação tem contribuído para um aumento das novas operações de financiamento. As instituições financeiras concederam, em Julho, 400 milhões de euros para a compra de casa, quase metade do montante que emprestaram às famílias, segundo os dados do Banco de Portugal. Desde o início do ano, este segmento captou 2.065 milhões de euros das instituições financeiras, o valor mais elevado desde 2011. Paula Carvalho acredita que esta evolução resulta da "conjugação de aumento da procura e melhoria das condições da oferta", pois as "famílias procuram mais crédito devido à melhoria da confiança" mas a banca também "está mais aberta à concessão de financiamento dados os progressos na resolução dos seus problemas".
Fonte: Negócios
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