13 setembro 2015

Sotheby's Portugal: "No luxo também há crise"


Falar com Gustavo Soares, por muito preparados que estejamos, é como que entrar num 'conto de fadas'. Apalpamos as calças e lamentamos a nossa mísera carteira enquanto nos diz que tem clientes com casas espalhadas pelo mundo com valores de milhões de euros cada uma. Diretor Geral da Sotheby's em Portugal, este homem transmite um profissionalismo e uma simpatia invulgares. Cauteloso, espantamo-nos quando afirma que há políticos portugueses na ativo que são clientes da casa. 

Perdoem-nos mas não podíamos deixar de dar esta pequena imagem de tablóide barato. É evidente que não quisemos sequer saber quem eles são, nem ele nunca o diria. Ninguém desconhece esta marca em Portugal e no mundo. Originária da leiloeira com o mesmo nome e que foi fundada, em Londres, em 1744, assumiu também, esta vertente imobiliária, em Nova Iorque, à data de 1976. Empresa cotada em Bolsa, nessa praça, tem padrões de qualidade e exigência de que não abre mão. 

Chegou a Portugal em 2007 pela mão de um grupo de investidores nacionais. Mas nem por isso a 'expansão' da marca foi muito grande. A qualidade, aqui, é um ponto de honra. Daí que seja condição, por exemplo, que os seus brokers sejam pessoas que nunca antes trabalharam no ramo imobiliário A selecção é super exigente e a formação constante. 

Em Portugal a Sothebys's tem apenas seis empresas 'aliadas', nomeadamente em Lisboa e no Porto, em Oeiras/Restelo, no Estoril, no Carvoeiro e em Vilamoura. Com 140 colaboradores, dos quais 80% estão directamente ligados à parte comercial trabalham com propriedades acima de 500 mil euros, não sendo invulgar vender produtos que atingem os 12 milhões de euros. O valor médio de vendas, este ano, situa-se em um milhão de euros. 

Praticamente todas os clientes, maioritariamente ingleses, alemães, franceses e brasileiros, entre muitas outras nacionalidades 'compram a pronto". Também aqui Portugal concorre com o mundo inteiro, Não é por acaso que a empresa publicita os seus produtos nos sites dos principais órgãos de comunicação social mundiais. 

Gustavo Soares quase que nos agradeceu a pergunta que fizemos adiante. A sua resposta foi pronta: "ao contrario do que habitualmente se diz, a crise, nos últimos cinco anos, também afetou, em cerca de 60 por cento, largamente o nosso mercado. É preciso lembrar que entre as nossos clientes há investidores, empresários e outros. Além disso há, naturalmente, o fator psicológico que tem influência direta nas decisões". 

Para concluir o nosso convidado deixa uma afirmação final: "Quem nos procura sabe muito bem o que quer, já investigou e é cada vez mais exigente». 

Restará dizer que, neste encontro, não se falou em Vistos Gold. Esse não é o mercado da Sotheby's.

Fonte: Magazine Imobiliário

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