A flexibilização dos critérios exigidos pelos bancos na concessão de crédito tem ajudado cada vez mais portugueses a comprar casa. O crédito à habitação tem sido um dos principais motores do crescimento das vendas de casas em Portugal. Facto que é reconhecido pelas próprias imobiliárias. "O sector financeiro voltou a apostar no crédito à habitação e as decisões de compra de habitação que estavam paralisadas foram retomadas, o que levou ao aumento das vendas e, consequentemente, a uma maior dinâmica ao mercado", explica Miguel Poisson, director-geral da ERA Portugal.
Os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP) divulgados no seu boletim estatístico, indicam que nos sete primeiros meses deste ano, a banca nacional concedeu um total de 2.065 milhões de euros em empréstimos para a aquisição de habitação. Este valor representa um crescimento de 63% face aos valores que ocorreram no mesmo período de 2014 e estão já bem próximos dos 2.313 milhões de euros concedidos na totalidade do ano passado. O nível de concessão de crédito à habitação registado em 2015 é também já o mais elevado dos últimos quatro anos.
A redução dos "spreads" é um dos principais espelhos da maior flexibilização da banca dos critérios para a disponibilização de financiamento para a compra de casa. Desde Fevereiro que as margens exigidas pelos bancos estão em queda, sendo que num conjunto de 12 instituições, oito apresentam já nos seus preçários "spreads" mínimos com valores inferiores a 2%. Os resultados dos mais recentes inquéritos aos bancos sobre o mercado de crédito realizados pelo BdP comprovam a maior facilidade de acesso das famílias ao financiamento bancário. "Uma avaliação mais favorável da situação e perspectivas económicas terá contribuído para uma menor restritividade dos critérios aplicados nos empréstimos a particulares" referia o último inquérito relativo ao segundo trimestre do ano, onde a descida de `spreads' da banca era justificada sobretudo com "a pressão concorrencial entre instituições". Outra das tendências que parece estar a observar-se também é o aumento dos rácios de financiamento/garantia. Ou seja, há instituições financeiras que se mostram disponíveis a financiar uma proporção mais elevada do valor dos imóveis. A conjugação da melhoria das perspectivas económicas e a menor restritividade dos bancos leva assim a que também haja cada vez mais portuguesas a comprar casa.
Fonte: Económico
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