17 outubro 2015

Imobiliário pede medidas fiscais para subir mercado de arrendamento



A compra e venda de casa continua a ser a opção predilecta em Portugal. O sector reconhece o impacto mas admite que gostaria de ver reforçado o peso do arrendamento. Mudar impostos é o caminho.

"Queremos que haja mais mercado de arrendamento.” O pedido de Romão Lavadinho, presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses, acabou sendo partilhado pelos oradores presentes na conferência “Observatório: O Imobiliário em Portugal”, organizada pelo Negócios no passado dia 16 de Setembro. 

Apesar de um reforço do arrendamento,a opção de compra-venda continua a ser a preferida dos portugueses. No país, cerca de 70% tem casa própria. Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Iberia, recorda que há mais gente a arrendar como uma “alternativa possível” às barreiras no financiamento bancário. Entre os seus clientes, “a primeira opção sempre foi a compra”, posiciona o gestor. 

Agora que a torneira do financiamento volta a pingar, é preciso arranjar soluções para que o arrendamento se consolide. “Se houver mais mercado de arrendamento, os preços podem baixar. A fiscalidade é que tem de ser revista”, reage Lavadinho. Evitar duplas tributações ou permitir a dedução do IMI da casa arrendada no IRS são sugestões que deixa. Mas nem todos concordam que a descida dos preços é necessariamente benéfica para o sector. 

O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, também se mostra um “adepto fervoroso” desta modalidade do arrendamento, embora reconheça que a rentabilidade que dela se retira é menor. “Se queremos sobreviver, temos de trabalhar o mercado de arrendamento”, rematou. 

Com a redução que se assiste novamente nesta opção, Lima defende que é preciso “criar condições” para os arrendatários, tendo em conta a própria realidade dos baixos rendimentos em Portugal. Um estudo da APEMIP mostra que mais de metade das pessoas que arrendaram casa fê-lo com valores acima das suas possibilidades. 

A vontade da nova geração em regressar aos centros das cidades deve ser encarada como uma oportunidade para este mercado, mas a oferta atualmente disponível está longe de se adaptar à procura, admitem os especialistas. 

Lavadinho acrescenta que os últimos governos pouco têm contribuído para tornar este num mercado verdadeiramente competitivo e classifica o crescimento que existiu ao nível do arrendamento como um “pequeno acréscimo que é insignificante”. 

O facto é que o sector imobiliário – seja na venda ou no arrendamento – está em crescimento no país. O número de empresas de mediação registadas em Portugal – que já ultrapassou a barreira das 3.700 – comprova-o. A vontade é de continuar a evoluir neste sentido. 

“As imobiliárias, sobretudo devido a esta questão do investimento estrangeiro, modernizaram-se muito”, admitiu Luís Lima. Aqui não faltam novidades: os franceses preparam-se para alcançar o primeiro lugar entre os que mais compram em Portugal.

Fonte: Negócios

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