01 outubro 2015

Imobiliário, um reduto seguro


O mercado de Investimento imobiliário comercial está a atravessar um excelente momento com níveis de procura e volumes de transação que provavelmente baterão recordes este ano, podendo ultrapassar os dois mil milhões de euros. 
Percebe-se que numa conjuntura em que quase todas as áreas tradicionais onde o capital busca rentabilidade estão a atravessar dificuldades, o imobiliário seja um reduto seguro e Portugal, conseguindo rentabilidades acima de muitas outras praças, seja visto como um destino apetecível.

Apesar de algumas destas transações serem feitas entre entidades de outras nacionalidades, não devemos subestimar a dinâmica que geram em muitas áreas transversais. Advogados, consultores, gestores, arquitetos, construtores e muitos outros setores beneficiam de forma direta destas operações, já para não falar nos volumes muito significativos de impostos e taxas que o Estado arrecada. 

Não sendo vista por muita gente como uma atividade geradora de emprego, acaba por sustentar inúmeras empresas de serviços e produtos, que por sua vez representam milhares de postos de trabalho. Ajuda também na conservação do nosso património imobiliário e na atracão turística, uma vez que o setor hoteleiro também está a beneficiar desta dinâmica. 

Por último uma nota de cautela, porque para ser sustentável esta atividade deverá estar assente em números saudáveis de ocupação, ou seja, empresas e particulares que pagam rendas, rentabilizando os ativos. E embora estando a melhorar, os volumes de arrendamento em todos os setores ainda não são assim tão espetaculares. Há aqui uma ligação direta com o crescimento económico e se o volume de arrendamentos não crescer ao mesmo ritmo do investimento, poderá estar a criar-se uma bolha com consequências negativas no futuro. 

Por Carlos Oliveira, Partner, diretor do departamento de escritórios da Cushman & Wakefield

Fonte: Público

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