01 novembro 2015

Escritórios: Rendas no Parque das Nações a subir


A pouca oferta de escritórios está a provocar pressão na procura. As rendas praticadas nos edifícios de escritórios do Parque das Nações já começaram a subir, refletindo a pressão da procura sobre uma oferta cada vez mais escassa de espaços. Segundo o mais recente relatório da consultora CBRE, "a subida foi de 4% impulsionada pelo decréscimo da taxa de disponibilidade para 5,55%, atualmente a mais baixa de toda a cidade".


"Neste 3º trimestre, o valor de renda prime no Parque das Nações foi de 14,5€/m2, enquanto no período homólogo era de 13€/m2", especifica Cristina Arouca, diretora de Consultoria na CBRE. 

No final de setembro, a área disponível nesta zona era de 19.950 m2. Mas são espaços pulverizados, de pequenas dimensões, que não correspondem às necessidades das multinacionais ou grandes empresas nacionais que necessitam de ocupar vários pisos ou mesmo um edifício inteiro para instalar os seus serviços. 

Por enquanto, a pressão no preço do m2 só se verificou na Expo, pois como refere o estudo, as rendas prime (as mais caras) mantiveram-se estáveis em todas as restantes zonas de escritórios. 

A apetência das empresas pelo centro de Lisboa tem vindo a crescer nos últimos anos motivada pelas melhores condições oferecidas pelos proprietários nos tempos de crise. Neste processo, as zonas já consolidadas foram escoando (e esgotando) os seus stocks de espaços, e outras zonas emergentes começaram a oferecer respostas à procura do mercado. 

É o que está a acontecer com toda a área de Santos, por exemplo. No relatório Office Flashpoint, que a consultora JLL divulgou, também esta semana a zona Histórica e Ribeirinha (Zona 4) foi a preferida pelas empresas em setembro, captando uma quota de 40% da área total transacionada, de onde se destaca o impacto da mudança da EDP, que passou a ocupar 13.900 m2 na Avenida 24 de julho. 

4 edifícios em construção 

Feitas as contas aos metros quadrados arrendados, o mês de setembro contabilizou 35.330 m2 de área ocupada, representando não só o volume mensal mais elevado desde o início do ano, como também um crescimento de 162% em relação a agosto e de 105% face ao mês homólogo de 2014. 

A transferência de cerca de 7000 m2 de escritórios do Banco de Portugal para a Rua Castilho também foi determinante para que a Zonal (Prime CBD) reunisse a segunda maior percentagem (21%) do volume total de absorção em setembro, seguida da Zona 3 (Zona Nova de Escritórios), com 12%. 

A um trimestre do fecho do ano, o nível de atividade no mercado de escritórios de Lisboa já superou a barreira dos 100.000 m2. O Office Flashpoint da JLL apurou que, no acumulado entre janeiro e setembro de 2015, foram colocados 105.164 m2 de espaço de escritórios em Lisboa, o que representa um crescimento de 37% face ao nível de atividade registado no final do 39 trimestre de 2014. No acumulado do ano, o Corredor Oeste mantém-se como o principal destino das empresas em 2015, com 20% do volume total de absorção, seguido do Parque das Nações (Zona 5) com 15%. 

Atentos a esta dinâmica, os promotores começam a avançar com os primeiros projetos de raiz em várias zonas da cidade. Em fase de construção, diz Cristina Aroucá, encontram-se quatro edifícios, "dos quais três têm conclusão prevista para 2016 e um para 2017, sendo que somente dois deles estão a ser promovidos especulativamente". Os três com conclusão prevista no próximo ano são um na Avenida da República, outro é a expansão do edifício-sede do Santander e ainda um terceiro no Complexo Lagoas Park. O quarto projeto conhecido situa-se na Avenida Fontes Pereira de Melo e a sua conclusão está prevista para 2017.

Fonte: Expresso

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