Os bancos abriram a torneira do crédito à habitação. As novas operações estão em máximos de 2011. E crescem tanto na taxa variável, que continua a ser a preferida, como na taxa fixa. Depois de vários anos de grandes restrições, as instituições financeiras têm voltado a apostar no produto crédito à habitação. É preciso recuar a 2011, ano marcado pela chegada da troika, para encontrar níveis semelhantes de novas operações de financiamento para a compra de casa. E ainda que a taxa variável continue a ser a preferida dos portugueses, a taxa fixa tem vindo a conquistar adeptos, pesando sete vezes mais do que há quatro anos.
2.763 milhões de euros. Este foi o montante emprestado pelos bancos para a compra de casa, entre Janeiro e Setembro, segundo os dados do Banco de Portugal. Deste montante, a grande maioria foi concedido a taxa variável que é a modalidade preferida das famílias portuguesas. Contudo, a opção de taxa fixa tem vindo a ganhar peso.
Dos mais de 2,7 mil milhões de euros de crédito à habitação, 209 milhões de euros foram emprestado a taxa fixa. Um montante que representa, assim, 7,56% do total. E este peso representa sete vezes mais do verificado em igual período de 2011. Entre Janeiro e Setembro desse ano, estas operações significaram apenas 0,97% do total. E o aumento é também significativo face ao ano passado. Estas operações cresceram 68,5% em relação aos primeiros nove meses de 2014.
A justificar esta opção pelas taxas fixas tem estado a evolução destas no mercado. Se as taxas variáveis, as Euribor, estão em "terreno" negativo, tanto no prazo a três como a seis anos, os juros que servem de referência para as taxas fixas estão também em mínimos históricos e também em valores abaixo de zero em alguns prazos. Com a vantagem de que as taxas fixas dão aos clientes alguma previsibilidade, não estando expostos à flutuação das taxas variáveis.
Além disso, também as próprias instituições financeiras têm vindo a reforçar a aposta nesta modalidade de financiamento. Num conjunto de 12 bancos, apenas quatro não têm no seu preçário a modalidade de taxa fixa. Entre os grandes bancos, o BCP foi o último. Em Agosto, o banco liderado por Nuno Amado voltou a oferecer soluções de taxa fixa no crédito à habitação aos seus clientes, cinco anos depois de ter deixado de comercializar este indexante. No global das soluções, os prazos podem ir de dois a 40 anos de empréstimo com taxa fixa.
Taxa fixa tem vindo a ganhar peso
Peso dos créditos a taxa fixa no total dos empréstimos, em percentagem
Entre Janeiro e Setembro deste ano, mais de 7,5% dos créditos à habitação foram contratados a taxa fixa. Um peso em linha com os anos anteriores, uma vez que, em 2015, o crédito à habitação tem aumentado também na modalidade de taxa variável. Face a 2011, cresceu mais de sete vezes.
Fonte: Negócios
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