24 novembro 2015

Prédios de nove pisos nos terrenos do Marés Vivas


Real Estate, IMOnews Portugal
O passeio na frente fluvial de Canidelo, em Gaia, que se estende da Afurada até ao Cabedelo, será parcialmente ocupado por prédios de cinco a nove pisos. As torres nascerão voltadas para o rio Douro, no espaço que é utilizado pelo festival Marés Vivas e é frequentado por milhares de pessoas de todas as idades. O Município de Gaia, sob a liderança de Luís Filipe Menezes, deu aval às urbanizações e os promotores querem avançar com as construções no próximo ano. O presidente da Câmara, Eduardo Vítor Rodrigues, fala em "vergonha urbanística".


Os primeiros edifícios a erguer numa frente urbanizada que terá 36 mil metros quadrados de construção distribuídos por cinco lotes surgirão nas extremidades do passeio. Os empreendimentos tomarão conta dos terrenos em terra batida, divididos pelas escadarias em betão. No lote contíguo à Douro Marina, a sociedade Douro Habitat avançará, para já, com um prédio de cinco pisos, enquanto, na parcela do lado oposto, o Fundo de Investimento Imobiliário Imogestão (promotor do empreendimento na Quinta de Marques Gomes) fará crescer um edifício multifamiliar de oito andares. Ambos possuem alvará de loteamento concedido pela Autarquia em 2007 e em 2013.

"É uma solução errada, inestética e, do ponto de vista técnico, inexplicável. Há direitos adquiridos concedidos há vários anos", explicou, ontem à tarde, Eduardo Vítor Rodrigues. Face à sua "discordância absoluta" em relação aos empreendimentos que ocuparão uma área sensível no leito do Douro que as pessoas se habituaram a usar, o presidente quis saber quanto teria de pagar para travar as construções. A fatura, calculada pelos serviços municipais, é incomportável.

"Ascenderia a mais de 40 milhões de euros. Tenho discordância absoluta em relação às construções que vão lesar o coração de Gaia, mas não posso colocar em xeque a Câmara", especificou o autarca, a quem resta a esperança de que, no âmbito da legislação sobre as áreas de proteção fluvial, possam ser tomadas medidas para minorar o impacto das urbanizações.

Embora a solução para a frente fluvial de São Paio não seja matéria de avaliação pelos vereadores, o socialista quis que ficassem a conhecer o que surgira naquele passeio fluvial. E assim deixar claro que a responsabilidade pelas construções não cabe a este Executivo nem a si enquanto presidente. "É uma obra que roça a vergonha urbanística", frisou. 

Foi o Plano de Pormenor de São Paio/ Canidelo que abriu, a porta as construções no passeio pedonal em frente ao Douro. A Rua da Praia cruzava a marginal junto ao rio. Mas o plano afastou a artéria para para o interior da encosta, ocupando terrenos privados. Para compensar os proprietários, foram criados cinco lotes mais perto do rio, à mesma cota que o passeio pedonal. A primeira verão do plano (2002) permitia construções com quatro pisos. A segunda verão (2005) aumenta para cinco pisos. O PDM (2009) da-lhes capacidade construtiva máxima, o que permite edifícios com nove pisos.

Fonte: JN

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