29 novembro 2015

Procura de casas supera oferta nos concelhos a norte do Grande Porto


Esta é uma tendência verificada especialmente desde meio do ano e sobretudo em Vila do Conde, Póvoa do Varzim e Santo Tirso. A habitação é o segmento mais evidente, mas também a procura de armazéns tem sido mais dinâmica. “Nos últimos seis meses, o mercado tem registado um desenvolvimento enorme” e tem até funcionado de forma diferente, “ao contrário”, começa por explicar Paulo Barbosa, gerente da mediadora Imoenergi, detalhando que atualmente “temos cliente e não temos produto” e referindo-se aos concelhos de Vila do Conde e Póvoa do Varzim.


Em Santo Tirso, que em conjunto com estes dois concelhos e a Trofa limita a norte a região do Grande Porto, a oferta e a procura imobiliária também tendem a desencontrar-se. “Há um forte crescimento na procura, quer no mercado residencial quer não residencial, e neste caso especialmente nos armazéns”, diz Vitor Moreira, diretor comercial da ERA Santo Tirso, acrescentando que tal situação “não é acompanhada pela oferta, o que gera escassez de imóveis”. 


Paulo Barbosa tem sentido esta tendência sobretudo no mercado habitacional, onde “há muito pouco produto disponível” e o que “está dentro de níveis de preço aceitáveis desaparece rapidamente”, diz, especificando que a procura é tanto para primeira como para segunda habitação, este último um segmento com bastante dinâmica nos dois concelhos costeiros de Vila do Conde e Póvoa do Varzim quer por parte de estrangeiros quer de nacionais. “Este ano, vimos muitos franceses a comprar aqui casa para férias”, mas também os portugueses procuram estes dois concelhos para segunda habitação, especialmente “os de regiões do interior”, diz Paulo Barbosa. O tipo de imóvel procurado difere em termos de preço – no primeiro caso, estão dispostos a ir até ligeiramente acima dos 200 mil euros e no, segundo, o limite ronda os 80.000 euros – mas, a procura é dirigida sobretudo a apartamentos T1 e T2. Rui Macedo, que é diretor comercial da Mérito Invest, que abriu há cerca de dois meses uma agência em Vila do Conde, também evidencia que se trata de um concelho “muito atrativo” para segunda habitação, até mesmo na ótica de investimento. “É um mercado que consegue garantir rentabilidade e atrai, por isso, investimento. Temos clientes de fora que procuram imóveis habitacionais para comprar e depois colocar em arrendamento sazonal. É um nicho considerável”, diz o profissional, que confirma que “o mercado está muito dinâmico” neste concelho. 

No caso da primeira habitação, apartamentos e moradias são ambos alvo de procura nos dois concelhos litorais, mas também neste segmento os preços em torno dos 200 mil euros constituem uma referência, com Paulo Barbosa a acrescentar que “hoje em dia, quem compra casa para primeira habitação tem alguma margem de manobra em termos de capital próprio, com a possibilidade de sinalizar até 20% do valor da casa”. Este é também o caso em Santo Tirso, onde Vítor Moreira nota que a procura de habitação é bastante marcada “por jovens em início de vida, com poupanças acumuladas para dar de entrada na compra do imóvel”, não obstante “os bancos já revelarem abertura na concessão de crédito”. A procura de imóveis como investimento para posterior colocação no mercado de arrendamento também merece destaque, de acordo com Vítor Moreira. Nuno Marçal, Responsável Vendas – Grande Imóveis Norte do Millennium bcp, refere precisamente o crescimento demográfico que estes concelhos, a par de outros que se localizam junto ao Rio Ave, têm vindo a registar em anos recentes, fator que tem resultado num rejuvenescimento da população, e, consequentemente, num “aumento substancial da procura de casas” na Trofa, Santo Tirso, Póvoa do Varzim e Vila do Conde. 

Armazéns também despertam interesse 
A procura de imóveis industriais, sobretudo armazéns, tem também registado uma tendência semelhante à da habitação neste núcleo de concelhos. 
Na opinião de Nuno Marçal, a retoma na atividade económica, ainda que com focos diferentes nos quatro concelhos, tem impulsionado a procura. Nos casos da Trofa e Santo Tirso tem havido “uma crescente procura deste tipo de ativos”, até tendo em conta a sua integração junto ao Vale do Ave, cujo desenvolvimento tem “estado muito ligado ao seu tecido empresarial”, explica. Já na Póvoa do Varzim e de Vila do Conde é a atividade turística que mais impulsiona o mercado, com um impacto positivo quer na “na manutenção do comércio de rua relevante” quer, e principalmente, “na procura de armazéns comerciais e industriais”, diz Nuno Mar- çal. Rui Macedo, da Mérito Invest, frisa que há bastante dinâmica na procura de espaços industriais na zona de Vila do Conde, detalhando que os espaços de maior dimensão - especialmente entre os 1.000 e os 2.000 m2 - são atualmente os que mais se pretendem, quando anteriormente a procura se destinava a espaços de menor dimensão, em torno de 500 m2. Na sua perspetiva, há uma maior estruturação das empresas que procuram estes tipo de imóveis, “Vemos que são empresas que se querem expandir ou procuram agora armazéns em localizações melhores” conclui.

Campanha: dinamismo dos mercados impulsiona resultados acima da média
O dinamismo sentido nos quatro concelhos tem tido reflexo na campanha de comercialização de imóveis “Mês das Oportunidades” que o Millennium bcp tem atualmente em curso nestes mercados, onde “os resultados estão acima da média dos restantes concelhos abrangidos”, diz Nuno Marçal, adiantando que “superaram já metade dos ativos em venda”. Exemplo disso, é que “em Santo Tirso já não temos armazéns à venda”, aponta Nuno Marçal. Também Paulo Barbosa refere que da carteira em comercialização abrangida por esta campanha, “já vendemos praticamente tudo” e, no caso de Vítor Moreira, ”já concretizámos dois negócios e contamos ainda fechar pelos menos mais duas vendas até ao final da ação”. A campanha “Mês das Oportunidades” termina no próximo dia 30 de novembro, período até qual o Millennium bcp disponibiliza uma carteira de imóveis com “preços de oportunidade” em várias zonas do país. A estes preços poderão ainda acrescer descontos adicionais de 5 ou 10%, consoante a contra diga respeito a imóveis habitacionais ou não habitacionais, respetivamente, se as escrituras forem realizadas até final do mês de dezembro. Nos concelhos de Vila do Conde, Póvoa do Varzim. Trofa e Santo Tirso, a campanha abrange cerca de 30 imóveis no valor agregado de 4,5 milhões de euros, com os ativos habitacionais a apresentarem um valor médio de 105 mil euros e os não residenciais de 235 mil euros.

Fonte: Público Imobiliário

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