06 dezembro 2015

Imobiliário de olhos postos no eixo Alcântara-Parque das Nações


IMOnews Portugal, Real Estate
É uma das zonas da capital com maior potencial de desenvolvimento de projectos imobiliários, tanto de escritórios, como de hotelaria ou residenciais, seja em termos de reabilitação ou de construção nova. Não só por se tratar de uma nobre e naturalmente valorizada “frente de rio”, mas também porque, durante décadas, esteve esquecida das prioridades imobiliárias e urbanísticas da cidade.


A consultora imobiliária Aguirre Newman analisou a dinâmica do mercado imobiliário nessa zona ribeirinha de Lisboa que - como confirma -, “tem registado um súbito interesse por parte de investidores nacionais e internacionais”. Os dados e reflexões que nos faculta são interessantes…

Nova sede da EDP

Nos últimos 10 anos, foram construídos na zona da ribeirinha 35.000m² de área para escritórios. Mas cerca de 40% deste valor corresponde à recém-inaugurada sede EDP - que muito contribuiu para colocar a zona sobre novos holofotes… -; “os restantes 60% não corresponderam a uma construção especulativa mas a projectos com arrendatários pré contratualmente definidos” diz a consultora.

O eixo Alcântara-Parque das Nações tenderá, pois, a ser nos próximos anos um dos lugares de escritórios «prime» prioritários para novas localizações, até pela escassez de oferta que se regista em Lisboa. “Esta viragem comportamental afirma o estudo da Aguirre Newman -, também pode ser associada à falta de oferta de escritórios no Parque das Nações” que conta apenas com 5,55% de taxa de disponibilidade, valor inferior às restantes zonas da cidade.

A “escassez da oferta no Parque da Nações e o aumento da procura na frente ribeirinha”, levará a um “crescimento estruturado entre Santa Apolónia e Alcântara onde estão em curso a reconstrução/reabilitação de alguns edifícios já com utilizadores finais identificados” – adianta a consultora.

O estudo da Aguirre Newman chama a atenção, em particular, para todo o potencial que a zona oferece no que diz respeito a reabilitação e capacidade para o desenvolvimento de nova construção. O Plano de Pormenor designado como “Aterro da Boavista”, compreendido entre o Mercado da Ribeira e a Rua Dom Carlos I - e para onde houve um projecto assinado pelo mundialmente conhecido arquitecto Norman Foster que nunca chegou a sair do papel e das imagens 3D… - “tem uma capacidade construtiva acima dos 110.000 m² entre escritórios, habitação e comércio, assim como os terrenos disponíveis entre Santa Apolónia e o Parque das Nações”.

Plano de Pormenor do Aterro da Boavista

Novos hotéis e nova habitação

O mercado hoteleiro também está bastante voltado para esta zona da cidade. “A proximidade com a Baixa-Chiado, Cais do Sodré e Mercado da Ribeira são alguns dos motivos que captam a atenção das unidades hoteleiras que desejem instalar-se em Lisboa” - constata a consultora. Que adianta: “o facto de esta ser uma zona histórica da cidade leva a que as possibilidades do desenvolvimento hoteleiro passem pela reabilitação de edifícios antigos” que, devido à sua dimensão levam a que preferencialmente “sejam unidades de pequena dimensão que têm espaço para integrar esta zona da cidade, com oferta de hotéis entre 3 e 4 estrelas”.

No que diz respeito ao mercado residencial, Lisboa tem registado um forte entusiasmo no investimento deste sector. Em 2015, a zona em análise tem contado com diversos empreendimentos que surgem da reabilitação de edifícios devolutos, sendo a maioria direcionados para a habitação de luxo — conclui o estudo.

Fonte: Diário Imobiliário

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