06 dezembro 2015

Lisboa 'ganhou' 40 novos edifícios


Todos os meses entraram, em média, no mercado residencial, 44 novos apartamentos, mais 30 que em 2014. Os preços estão a subir e já atingem os valores do período pré-crise. Lisboa fecha o ano em alta no que diz respeito a construção e reabilitação de novos edifícios: ao longo do ano ficaram concluídos 40 edifícios de habitação, a que correspondem 524 apartamentos. Números contabilizados pela consultora CBRE no estudo ‘Lisbon Residential Brick Index’, que revelam um aumento muito significativo relativamente a 2014 quando a oferta de novos fogos ficou restringida a apenas 164 unidades.


Para o próximo ano, a tendência é para a consolidação deste crescimento “tendo em conta que se encontram atualmente em construção cerca de 74 edifícios e em fase de projeto mais 65”, aponta-se no estudo. Feitas as contas, a CBRE estima que mesmo terminados e colocados no mercado em 2016 estarão assim 43 novos empreendimentos e mais 64 em 2017.

Chiado, Bairro Alto, Baixa, Castelo, Avenida da Liberdade e Príncipe Real destacam-se neste frenesim de reabilitações. No estudo, sublinha-se que “o centro histórico da cidade assemelha-se atualmente a um grande estaleiro, concentrando o maior número de edifícios em reabilitação”.

Francisco Horta e Costa, CEO da CBRE em Portugal, dá o exemplo da Avenida da Liberdade: "Nos próximos 18 a 24 meses vamos ver vários projetos residenciais a arrancar na Avenida da Liberdade. Estamos longe de escoar os stocks de habitação nesta zona". 

Aqui tem-se verificado um aumento generalizado dos preços nos anos mais recentes, estando já aos níveis do período pré-crise para os produtos premium. Com a diferença que agora o número de apartamentos de segmento elevado em oferta é atualmente muito superior, reforça o mesmo responsável. Em média, nos imóveis novos em comercialização, o preço por metro quadrado é de €5.500. 

Frederico Mendonça, que dirige o departamento residencial da CBRE 'reativado' este ano após uma pausa decidida em 2011 quando o mercado estava em baixa devido à crise, lembra que quem compra maioritariamente são os portugueses mas o peso dos estrangeiros é significativo, absorvendo já uma fatia de cerca de 20%.
Chineses no Algarve

Com carteiras de empreendimentos em Lisboa, Cascais, Porto, Tróia e Algarve, a intenção deste departamento é atrair investidores de pequena ou grande dimensão. No mercado estrangeiro, segmento que está muito ativo no produto de luxo, a CBRE está a trabalhar ativamente com outras filiais da multinacional. É o caso da CBRE de Hong-Kong, por exemplo, que continua a incentivar para o visto gold português.

A desaceleração recente no ritmo de atribuições dos vistos não refreia a expetativa da consultora quanto a este mercado, garante Frederico Mendonça. "O retorno que recebemos do nosso escritório em Hong Kong é que os clientes chineses sentem-se bem recebidos em Portugal em contraponto com a forma como são recebidos pelos espanhóis, que não são tão hospitaleiros. Também muito importante para o cliente típico chinês que vem de Hong Kong é que consegue comunicar em inglês com quase toda a gente em Portugal, algo que não é assim tão fácil em Espanha. 

Após os acontecimentos do último ano que envolveram suspeitas de corrupção no processo de atribuição dos vistos gold, o programa foi reavaliado e melhorado em aspectos que poderão criar um novo ponto de partida para a relação com os investidores chineses, acredita Frederico Mendonça, referindo-se à discriminação positiva que passou a existir para o investimento em territórios de baixa densidade, com uma redução de 20% nos montantes e exigidos para a atribuição do visto. "A partir do momento em que os vistos gold entrarem no Algarve, por exemplo, terão muito produto para escoar. É tudo produto de rendimento passível de ter exploração hoteleira associada e isso é muito importante para este mercado que está focado no rendimento". 

Outro mercado interessante são os franceses e também eles começam a desbravar caminhos por novas localizações como é o caso da Comporta, por exemplo. O Porto está também no radar dos investidores nacionais e estrangeiros, mas à semelhança do que se passa na capital também na Invicta o foco é para o turismo residencial aproveitando o bom momento que se vive em portugal em matéria de turismo.

Fonte: Expresso

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