Apesar do ligeiro abrandamento da procura, as expetativas de venda continuam otimistas

Os resultados do RICS/CI PHMS de Novembro de 2015 mostram que a atividade do mercado de compra e venda de habitação continua a melhorar a um ritmo constante, com as expetativas a apontarem para uma recuperação adicional das transações e dos preços no futuro. No sector de arrendamento, mantém-se a tendência de crescimento da procura acompanhada do decréscimo da oferta.

Na opinião de Ricardo Guimarães, Director da Ci, “As expectativas permanecem positivas para a maioria dos agentes que participam no Portuguese Housing Market Survey. Naturalmente, as recentes alterações políticas abriram a porta a alguma incerteza. Mesmo assim, há diversos fatores positivos que dão sustentação às tendências positivas sentidas quer nos preços quer na procura. Não obstante, parece evidente que são os mediadores que atuam junto dos investidores internacionais aqueles que registam um sentimento de mercado mais positivo.”

Focando no mercado de compra e venda, as novas instruções de compra cresceram uma vez mais (uma tendência recorrente desde o final de 2013), apesar de o ritmo de crescimento ser já moderado em cada um dos dois últimos meses. Em paralelo, as vendas continuam a crescer a um ritmo sólido. Daqui para a frente, espera-se que o volume de vendas continue a aumentar.

Com o crescimento da procura ligeiramente mais moderado, mas ainda assim superior ao crescimento da oferta, os preços mantêm a tendência de recuperação. Não obstante, o crescimento dos preços das casas também se retraiu um pouco nos últimos meses. Olhando para o futuro, os respondentes esperam ainda um aumento dos preços em torno dos 2% durante o próximo ano. Neste caso, para o Porto espera-se um acréscimo mais modesto, de pouco mais de 1%, enquanto em Lisboa e no Algarve se esperam ganhos de cerca de 2% e 3%, respetivamente. Ao longo dos próximos cinco anos, antecipa-se que os preços das casas aumentem, em média, cerca de 4% por ano.

O índice de confiança nacional (medida composta que incorpora as expetativas de vendas e preços de curto prazo) mostrou-se relativamente inalterado situando-se em +33, seguindo-se à leitura de +30 observada anteriormente. Como resultado, esta série está agora em terreno positivo há 25 meses consecutivos.

No mercado de arrendamento, a procura por parte dos arrendatários continuou a crescer firmemente, enquanto a oferta por parte dos proprietários caiu mais uma vez. Estas dinâmicas têm impulsionado as rendas para uma ligeira recuperação que se tem vindo a manter há já sete meses sem interrupção. Além disso, as expetativas de curto prazo para as rendas continuam a apontar para uma leve aceleração do seu ritmo de crescimento nos próximos meses.

Segundo Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS, “Os resultados do inquérito de Novembro continuam a mostrar uma melhoria constante da atividade no mercado da habitação. Com o emprego a aumentar, as taxas de juro para o crédito à habitação a descerem e a procura por crédito a crescer, os fundamentos parecem estar no lugar para que esta tendência se mantenha.”