Os chineses são os que mais investem, com 2202 vistos concedidos desde 2012. Seguem-se os cidadãos do Brasil, Rússia, África do Sul e Líbano. O investimento estrangeiro para ter acesso aos vistos gold já atingiu, desde a sua criação, um total de 1,6 mil milhões de euros, dos quais 1,5 mil milhões foram para a aquisição de imóveis, anunciou esta quinta-feira a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).
“Estes números demonstram que o imobiliário continua a ser o método eleito pelos potenciais investidores que nos procuram. Os valores de investimento são impressionantes, e não podemos esquecer que cada euro investido no imobiliário se multiplica por 4 ou 5, através do investimento que estes investidores acabam por fazer noutros sectores da Economia”, disse em comunicado o presidente da APEMIP, Luís Lima.
De facto, até agora, foram apenas três os investidores que optaram por criar emprego em Portugal para ter acesso ao visto gold.
Quanto às nacionalidades, não há surpresas, os chineses mantêm-se no topo da lista dos cidadãos que mais investem neste programa, com um total de 2202 vistos concedidos desde o seu início em 2012, seguindo-se o Brasil com 105, a Rússia com 97, a África do Sul, com 95 e o inesperado Líbano com 44.
Para Luís Lima, “a relevância deste programa para a economia do país é inegável” e, por isso, “não nos podemos dar ao luxo de perder este tipo de investimento”.
É por isso que o presidente da APEMIP disse, no mesmo comunicado, estar muito satisfeito com a posição do Governo não alterar as regras de atribuição dos vistos gold, mesmo depois dos vários problemas que afectaram este programa no passado. Não só as suspeitas de corrupção que recaíram sobre o presidente do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que monitoriza o processo, mas também os atrasos administrativos que isso trouxe na atribuição dos vistos. Segundo noticiou o Público na semana passada, há quatro mil investidores que já aplicaram o seu dinheiro e ainda estão à espera do visto gold.
Para Luís Lima, a prova de que os problemas começam a ficar ultrapassados está bem evidente no aumento das atribuições de vistos em dezembro, mês em que se registaram um total de 95 licenças concedidas, ou seja, mais 23 que em novembro.
No total, até ao final de dezembro de 2015, foram atribuídas 2788 vistos – ou como se chamam oficialmente – Autorizações de Residência para Investimento (ARI) – das quais 2635 por via da compra de imóveis, ou seja, 95% do total atribuído. “Depois de um período de quase estagnação, que pôs em causa a credibilidade dos vistos gold no panorama internacional, creio que vamos assistir finalmente a uma variação mensal crescente, que esperamos que se mantenha através da normalização do processo de atribuição, que foi muito prejudicado devido a entraves administrativos que impediram a entrada de milhões de euros no país”, acrescentou Luís Lima.
Fonte: Dinheiro Vivo
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